quarta-feira, 31 de março de 2010

O mito da caverna, de Platão

terça-feira, 16 de março de 2010

Conteúdo extra



Matéria sobre o trabalho escravo no Brasil, Revista Mundo e Missão. Clique aqui para ir à página!

Matéria

O Trabalho

O trabalho é um dos grandes temas estudados dentro do capitalismo, junto a ele podemos observar uma série de aspectos sociais e econômicos em nossa sociedade. Como, por exemplo, observar a discriminação de mulheres e negros no mercado de trabalho (através da renda média destes grupos), e observar como o processo histórico contribuiu para isso.


Desempenhar um trabalho na nossa sociedade é desempenhar uma função na divisão do trabalho social (vários indivíduos, um dependendo do outro). Por isso aquele que não tem trabalho pode vir a se sentir como um “inútil social”, alguém que não contribui para o crescimento da sociedade, como se a culpa fosse deste individuo, mas que na verdade é também da sociedade como um todo (governos, economia, etc) quem não oferece vagas no mercado.


A profissão de gari, por exemplo, exigia apenas o Ensino Fundamental, e era visco com reservas por muitos. Hoje ele exige Ensino Médio completo, além de ter de passar em concurso e em uma prova de aptidão física.


A maioria dos empregos hoje exige pelo menos informática e língua estrangeira (inglês ou espanhol de preferência). O novo operário depende de cursos técnicos ou de diploma de terceiro grau. Os dados mostram que a 20 anos 7% dos operários brasileiros tinham Ensino Superior, hoje 35% deles possui o terceiro grau. Fatos estes que vem nos mostrar que “a elevação do nível de escolaridade não significa necessariamente emprego no mesmo nível e boas condições de trabalho.”


Neste aspecto, vamos observar o desenvolvimento deste tema no Brasil.


A questão do trabalho no Brasil


O Brasil tem desde sua formação uma economia voltada para o exterior, focada principalmente na agricultura em larga escala.


- Temos pouco mais de 120 anos com a abolição da escravidão.

- A formação das leis trabalhistas, muito mais recente. (CLT)

- O imigrante foi um dos principais atores na transformação da sociedade brasileira quando o assunto é trabalho e direitos sociais.


Dados da imigração


Período

Pessoas

1846

364 famílias

1852

1500 colonos

1853 em diante

1000 colonos por ano


O Estado brasileiro incentivou a imigração, porem foi os países destes imigrantes que vieram a reivindicar do Brasil mais atenção para com seus cidadãos. As más condições de trabalho e a condição de vida no Brasil não motivaram grandes migrações neste período.

Nos anos da década de 1880 a imigração fica estagnada, porém foi retomada com força na década seguinte, principalmente pelo fato da abolição da escravidão em 1888.


Período

Pessoas

1820 - 1890

987.461

1891 - 1900

1.129.315

1901 - 1930

3.000.000


Estes imigrantes se dirigiam para o campo e para a indústria que estava ainda em nascimento, muitos vieram fugindo da 1ª guerra. Eles possuíam algumas diferenças para com os trabalhadores brasileiros:


- Mão-de-obra mais qualificada.

- Consciência política mais elaborada (já tinham estabelecidos uma consciência de classe, noções de seus direitos e deveres).

- Nas cidades buscaram melhores condições de vida e de trabalho.

- Formaram a imprensa operária, buscando conscientizar o trabalhador brasileiro.

- Organizavam greves e movimentos.


Colonato, ou “escravidão por divida”, era, e ainda é, uma forma de escravidão no Brasil e em outras regiões do mundo. Assim como praticadas com os imigrantes, também é atualmente, veja um trecho de uma matéria abaixo da revista “Mundo e Visão:


“Trabalho escravo: uma armadilha bem planejada

Na ponta da linha, principalmente no Nordeste, há muita pobreza; falta trabalho decente. No meio, há pensões e dormitórios onde peões aguardam hipotético empregador. O dono da pensão, a dona do hotelzinho já estão combinados com os empreiteiros: lá vem o “gato”, que paga a conta atrasada dos peões, faz promessas mirabolantes e leva o pessoal, já endividado, para a empreitada. Às vezes, o sistema já está integrado como, por exemplo, no caso do Sr. Salu, em Açailândia – MA, que é, ao mesmo tempo, “gato” e dono do Hotel Pioneiro.


“Os quarenta trabalhadores foram levados de Açailândia até Paragominas e de lá para a fazenda Vitória. Eles foram agenciados por um “gato” conhecido como Salu. Ele seria o proprietário do Hotel Pioneiro, em Açailândia, onde os trabalhadores eram alojados e contraíam as primeiras dívidas, antes mesmo de chegar ao Pará. Além do hotel, Salu também estaria usando casas alugadas para alojar os trabalhadores”. (O Liberal, 01/07/03). O “gato” é a figura central do trabalho escravo.


Atrás dele esconde-se o dono da fazenda. A região de maior aliciamento é o nordeste: dois, em cada três escravos, são do nordeste: Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia, Alagoas; ou, de lá, já migraram para o Pará, Tocantins ou Mato Grosso. A região principal de destino é, atualmente, a nova fronteira do desmatamento, no sul do Pará: Marabá, Novo Repartimento e Terra do Meio (Iriri). A viagem começa de ônibus, passa para o caminhão, até caminhão de gado, trator, barco, a pé, e mesmo de “avionete”. Chegando, o peão não tem mais saída.


Não tem volta. Está preso. Sem precisar de capangas para vigiá-lo. A realidade é bem diferente do prometido... Alojamento, não tem; sanitários, não tem; alimentação, também não. Está tudo por fazer. Aos poucos, o trabalhador sente na carne que tudo foi mentira, que foi iludido. Começa a procurar um jeito de ir embora, mas, naquela cantina onde compra sem saber do preço, cresceu uma dívida que nem ele conhece. Tem aquela arma onipresente, ameaçadora, dissuasiva, do capanga.


Até sua própria liberdade lhe vem sendo descontada, dia após dia. No caderno de um “gato”, encontrado na fazenda Carui, no Maranhão, está escrito em todas as letras, entre arroz e sabão, entre café e querosene: compra de liberdade. E, na hora de receber, o trabalhador descobre que é ele que está devendo, é ele que paga para trabalhar. Portanto, o trabalho escravo é promessa enganosa, é trabalho forçado, em péssimas condições, sem receber... é uma dívida crescente, são ameaças, o impedimento de sair. Fugir?


Alguns poucos heróis resolvem fugir e conseguem, enfrentando barreiras, pistoleiros, sede e fome. Um ou outro desses fugitivos chega para informar e denunciar a situação de quem ficou lá, preso.”



Trabalhadores brasileiros hoje


>>>Trabalhador do campo: indígenas ou não que tiram seu sustento da mata.


>>>Trabalhador da agropecuária (20% dos trabalhadores): desde os que trabalham com facões até aqueles que utilizam maquinas e equipamentos sofisticados.


>>>Trabalhador em indústrias (15% dos trabalhadores): pequenas ou grandes fábricas.


>>>Trabalhador em comércios e serviços (60% dos trabalhadores): das pequenas lojas até o Shopping Center, dos trabalhadores braçais até aqueles que utilizam de tecnologia.

>>>Trabalhadores administrativos: atuando em empresas públicas e privadas.


>>>Trabalho infantil: Crianças trabalhando em situações de risco e muitas das vezes sem acesso a educação.


>>>Trabalho escravo: escravidão por divida por exemplo.


>>>Trabalho informal:

-Empresas sem registro (Em 2003 98% das empresas com até 5 empregados eram informais).

-Condições de trabalho e segurança ruins.

-Muitos trabalhando com comercio ambulante.

-Reparos ou pequenos concertos.

-Prestação de pequenos serviços.

-Pequenas entregas.

-Coletas de materiais recicláveis.


A urbanização chegou a o ponto que nem a agropecuária e nem a indústria são os setores que mais empregam. Estabelecendo assim, ainda hoje, uma migração para os grandes centros.




sexta-feira, 12 de março de 2010

Trabalho escravo em 2010

Frente de Erradicação do Trabalho Escravo é lançada

Fonte: Congresso em foco. 10/02/2010

Renata Camargo

O Congresso lançou hoje (10) a Frente Parlamentar pela Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil. Entre outras ações, o grupo irá pressionar a votação da proposta de emenda à Constituição nº. 438, conhecida como PEC do Trabalho Escravo. A proposta foi aprovada no Senado em 2001 e está parada na Câmara desde 2004, quando foi votada em primeiro turno.

“A criação de uma frente visa articular no Congresso parlamentares e partidos no sentido de conferir maior debate desse tema para aprimoramento da legislação de combate ao trabalho escravo no país”, disse o senador José Nery (Psol-PA), articulador da criação da frente.

Uma das estratégias da frente será realizar um levantamento para saber quais congressistas são contrários à PEC e divulgar os nomes para o eleitorado. A PEC do Trabalho Escravo prevê a desapropriação de terras onde forem encontrados trabalhadores em condições análogas à escravidão.

Entre os parlamentares resistentes à aprovação da proposta estão deputados e senadores da bancada ruralista. Os ruralistas afirmam que a PEC fere o direito à propriedade. Eles alegam, entre outros argumentos, que o conceito de trabalho escravo não está claro na legislação brasileira.

A criação da frente, que conta com 242 membros, não teve apoio da bancada ruralista. Parlamentares como a presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), e do presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) não apoiaram a instalação de uma frente de combate ao trabalho escravo.

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Congresso terá frente parlamentar contra trabalho escravo

O Congresso Nacional terá uma frente com mais de um terço dos parlamentares em defesa da erradicação do trabalho escravo. O anúncio foi feito na tarde de hoje (10) na sessão especial do Senado sobre o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, data comemorada no dia 28 de janeiro.

De acordo com o senador José Nery (P-SOL-PA), a Frente Parlamentar Mista pela Erradicação do Trabalho Escravo é formada por 195 deputados federais e 55 senadores que assinaram o termo de sua criação.


A criação da frente foi comemorada na reunião da Comissão Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae). A comissão vai organizar o 1º Seminário Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo que será realizado em Brasília de 25 a 27 de maio.


No ano passado, 3.754 trabalhadores foram encontrados em condições análogas à escravidão. Desde 1995, mais de 36 mil pessoas foram resgatadas pela divisão de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego.


Da Agência Brasil



A mídia no proletariado brasileiro


Link para o texto em PDF, leitura obrigatória para a prova.

Clique aqui para acessá-lo!

A sociologia


Para que a sociologia?

Para se pensar aquilo que fazemos sem pensar!

Os 5 Macacos
Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa sala de testes. Bem ao centro, havia uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia na escada para pegar as bananas, um jato de água fria era acionado em cima dos que estavam no chão.
Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros o pegavam e enchiam de pancada. Com mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.
Então os cientistas substituiram um dos macacos por um novo. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo retirado pelos outros, que o surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada.
Um segundo macaco veterano foi substituído e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado com entusiasmo na surra ao novato.
Um terceiro foi trocado e o mesmo ocorreu.
Um quarto, e afinal o último dos veteranos, foi substituído.
Os cientistas, então, ficaram com um grupo de cinco macacos que mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas. Se possível fosse perguntar a algum deles porque eles batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:
- "Não sei, mas as coisas sempre foram assim por aqui".

Na nossa sociedade nos comportamos como o grupo dos cinco macacos na história acima. Não nos questionamos sobre vários processos que acontecem em nossa sociedade. Porque as pessoas se submetem ao preconceito? Porque tenho que obedecer a determinadas ordens, costumes, maneiras de agir, pensar e comportar?

Será que pensamos sempre em nossas ações em sociedade, no que elas estão baseadas?

A sociologia desta forma, utiliza da geografia, historia, filosofia, e outras áreas para buscar explicar o comportamento humano em sociedade. Ela estuda os fenômenos sociais, ou seja, as relações que os indivíduos estabelecem entre eles e a natureza, gerando normas de comportamento, atitudes, formação de grupos e elaboração de idéias.

Ela atua explicando fenômenos de diferentes formas...
Os males do cigarro por exemplo:
-A química nos mostra as substancias danosas encontradas no cigarro;
-A biologia mostra o processo de deteorização do pulmão com estas substancias;
-A psicologia mostra os efeitos psicológicos de determinadas substancias e suas dependências.

Mas será que só tem estas explicações? Porque indústrias continuam a produzir um produto tão maléfico? Porque o governo continua a desembolsar milhões por ano em tratamento de doenças e não passa estes custos aos produtores (uma vez provado seus malefícios)?

Entra ai a sociologia, que vai explicar os interesses econômicos das grandes multinacionais, o poder da mídia na persuasão dos indivíduos, cujo objetivo é sempre o lucro, este que por sua vez é motivado pelos governos.

A sociologia busca, portanto, uma visão critica da sociedade, para que os estudantes não aprendam somente a “apertar parafusos”, a ter apenas um conhecimento técnico e não um conhecimento do mundo a sua volta. Buscando fazer com que o jovem passe a refletir sua sociedade e ter consciência de sua cidadania, socializando-se.
Não é à toa que a sociologia foi excluída das escolas durante a ditadura militar e voltou recentemente como matéria obrigatória no ensino médio.

Conceitos:
Socialização: Processo pelo qual os indivíduos formam a sociedade e são formados por ela. Não estamos sozinhos no mundo, estabelecemos relações com outros indivíduos e criamos regras de convivência. O individuo é desta forma um produto social, tudo o que eles fazem é determinado por outros grupos de indivíduos (sociedade). Mas as regras são dinâmicas, os indivíduos podem mudá-las com o tempo.

Ideologia: Quando a mudança é buscada por um grupo considerável de pessoas, temos ideologia, formando movimentos sociais.

A sociologia e o senso comum
(lembram de Matriz? pírula vermelha ou azul?)

A sociologia, conseqüentemente, diferente do senso comum, busca conhecer as causas dos diversos problemas que afligem nossa sociedade. Seja duvidas e questionamentos, sejam problemas sociais, como a violência, a discriminação, entre tantos outros.

O senso comum por sua vez repete idéias já concebidas e tidas como verdadeiras... que mulher é menos inteligente que o homem, preconceitos racistas, machistas entre outros que vão sempre fortalecer a discriminação.

Uma rápida explicação sociologia para a mulher ganhar menos que o homem, por exemplo, estaria no fato que ela sempre foi excluída da economia, das primeiras instituições de ensino, do mercado... por isso não tiveram uma presença tão marcante como o homem na historia, agora que as oportunidades estão começando a se igualar elas já conquistam seu espaço no mercado, ainda assim com dificuldades. O mesmo podemos dizer sobre os negros, escravizados por um longo período e sem acesso a educação de qualidade, ainda hoje enfrentam preconceitos e discriminações.

O nascimento da sociologia

A sociologia nasceu devido às grandes transformações que a sociedade passou nos últimos séculos, buscando compreender no que poderia resultar tantas transformações (religiosa, política, social, econômica, cultural...), para onde estaríamos caminhando? O que estaria ocorrendo com nossa sociedade?

Algumas das grandes transformações... (não na ordem dos fatos).

Revolução industrial 1ª e depois a 2ª.
Capitalismo.
Revolução francesa.
Surgimento das cidades - urbanização.
Modo de vida precário (problemas sociais).
Surgimento da classe trabalhadora (proletariado).
Luta de classes (proletários x burgueses).
Reforma Protestante.
Renascimento.
INDIVIDUO.
Ciências.
Racionalismo.
Positivismo.
Socialismo.

A sociologia é uma ciência nova que tem pouco mais de um século, surgindo a partir dessas intensas modificações na sociedade. Era necessário haver explicações para todas estas mudanças. Hoje a sociologia, como foi dito, se preocupa em estudar a sociedade de diferentes ângulos, a partir de diferentes temas (família, religião, gênero, etnia, cultura...).


OLIVEIRA, Luiz Fernandes; COSTA, Ricardo Cesar. Sociologia para Jovens do século XXI. Rio de Janeiro: Mundo Imperial, 2007.