domingo, 30 de agosto de 2009

MATÉRIA - Desigualdade social e o Conceito de Gênero


Link para o texto na integra: Clique aqui!




Desigualdade Social e o Conceito de Gênero


Algumas das características das desigualdades sociais


- Diferenças culturais perpetuadas e sustentadas por crenças dominantes.

Preconceitos e crenças difundidas e sustentadas pelas classes que mantém o domínio econômico e cultural. Idéias falsas que buscam manter o poder de uma categoria sobre outra. Crer que pessoas pobres são pobres por serem preguiçosas, ou que alunos de escolas públicas conseguem um futuro promissor apenas tendo vontade de alcançar o mesmo (não levando em conta as diversas barreiras encontradas pelos mesmo).


- Organização das instituições favorecendo a desigualdade.

A religião, por exemplo, na época da escravatura afirmava que o negro não tinha alma.

As instituições de Ensino Superior passaram a receber mulheres com freqüência a partir dos anos 60 nos EUA.

A ciência afirmava que características físicas das mulheres as prejudicavam na busca de um lugar de presença na sociedade, logo afirmava que seu lugar natural era a casa.


- Acesso desigual a recursos.

Os diversos recursos geradores de desigualdade que observamos no texto anterior.


As desigualdades...


- Ocorrem entre 2 ou mais categorias.

- Tendem a ser duradouras.

- Os movimentos através da divisão são raros ou demorados a serem realizados.

- Chances de vida e estilo de vida identificam as pessoas nestas categorias.


É um acesso desproporcional a recursos, materiais e culturais (simbólicos).

Quanto maior a oportunidade (educação, acesso a cultura, possibilidade de desenvolver uma personalidade critica entre outros fatores), maior será a liberdade individual (autonomia do individuo para realizar tarefas, se auto-sustentar sem necessitar da ajuda do Estado, como por exemplo, para ter acesso ao bem estar como a saúde, saber ser crítico, correr atrás de seus direitos entre tantos outros).


Para entender melhor o que a autora está querendo dizer com a liberdade de oportunidade, coloquei um texto que se refere a teoria que ela utiliza. Apenas para um melhor aprofundamento. Vale a pena ler na integra! FONTE.

Para o autor, a desigualdade em nenhum momento aparece como resultado do processo de acumulação de capital, nem tampouco está relacionada a esse contexto. A concepção de desigualdade do autor reside na desigualdade de oportunidades pela privação de liberdades básicas, na desigualdade do indivíduo isolado, na ausência de condições iguais básicas de existência (acesso à saúde, educação, saneamento básico, alimentos, etc.), únicos elementos capazes de serem proximamente igualados entre os indivíduos empiricamente tão diversos, como afirma Sen. É a constituição dessas ‘liberdades’ (por exemplo, liberar o indivíduo da fome) que são capazes de dar às pessoas sua “condição de agentes” para atuarem livremente e construir seu futuro como queiram.

“O desenvolvimento consiste na eliminação de privações de liberdade que limitam as escolhas e as oportunidades das pessoas de exercer ponderadamente sua condição de agente” (Sen, 2000: 10).
“Com oportunidades sociais adequadas, os indivíduos podem efetivamente moldar seu próprio destino e ajudar uns aos outros”

Assim cria o conceito de “liberdades substantivas” como elemento central da igualdade. “As liberdades substantivas incluem capacidades elementares como, por exemplo, ter condições de evitar privações como a fome, a subnutrição, a morbidez evitável e a morte prematura, bem como as liberdades associadas a saber ler, fazer cálculos aritméticos, ter participação política e liberdade de expressão etc.

Basta dar aos indivíduos condições básicas iguais para que eles exerçam com liberdade seu papel de homem econômico; basta livrá-lo das “fontes de privação” que lhe tolhe as oportunidades como a “pobreza e tirania, carência de oportunidades econômicas e destruição social sistemática, negligência dos serviços públicos, intolerância ou interferência excessiva de Estados repressivos”.


Conceituando Gênero


Um conceito novo, que vai explicar as desigualdades que antes eram explicadas através da biologia para então passar a explicar estas diferenças através das desigualdades sociais, em fim, a desigualdade entre sexo é uma desigualdade social e não biológica.


Diferenças biológicas (sexo): - Contestadas ao longo do tempo -


Diferenças que vão justificar através de diferenças físicas a desigualdade entre homens e mulheres.

-Pouca força física da mulher;

-Menor peso do cérebro;

-Fragilidade da mulher;

-O lugar natural da mulher sendo a casa.


O corpo (características físicas) passa a definir as relações, e ainda no século XXI ainda é fator de desigualdades e preconceitos.

Com estes argumentos ocorre a legitimação das desigualdades sociais a partir da ciência (Instituição influenciando neste ponto).


Aspectos socialmente construídos (gênero):


Vão recorrer a aspectos históricos e atuais, para demonstrar a construção social da desigualdade entre homens e mulheres.


Os aspectos que possibilitaram a ascensão social (participação econômica e política) da mulher na sociedade ao longo do tempo:


-Vida na esfera domestica;

-Desenvolvimento industrial;

-Queda do pensamento divino;

-Avanço da racionalidade;

-Movimento feminista pega carona com movimentos organizados (movimento de libertação negra, hippie, entre outros);

-Participação na esfera pública e política;

-Mecanização (homens e mulheres possuindo a mesma força, acabando com os argumentos baseados na força);

-Participação da mulher no nível superior de ensino (iniciando na década de 60, ainda enfrentando barreiras quando se estuda a desigualdade de gênero). Conhecimento técnico-científico possibilitando a ascensão social das mulheres.

-Passa a atuar na apenas na esfera domestica, mas também na esfera pública.


O termo gênero se mostrou neutro, destacando que, tanto mulheres como homens são produtos do meio social, e, com efeito, suas condições de vida são variáveis e históricas.


As diferenças no cotidiano


A definição do sexo, já antes do individuo nascer, molda toda a vida que vem pela frente, desde a cor do quarto até a vida profissional (mesmo havendo uma abertura maior das profissões tipicamente masculinas, existe uma influência muito grande quanto as escolhas futuras).

Sendo, portanto, um processo de socialização (lembrando o conceito de socialização no inicio do ano) e educação (cultural).


Gênero vem desta forma a significar relações de poder, diferenças de acesso aos recursos produtivos e simbólicos (culturais).


Engels e a origem da família – uma contextualização apenas


Houve um momento na historia em que as famílias eram matriarcais (diferente das patriarcais, a mulher era o centro da família), logo a economia doméstica era a base de toda a economia.

- Com avanços no campo surge excedentes na produção, o homem passa a ser desta forma o foco principal da economia, pois era ele o responsável por estes serviços (colheita, criação de animais, etc), logo mantendo o controle do mesmo.

- As riquezas referentes aos homens passaram então a aumentar, não acontecendo o mesmo com as mulheres.

- Logo as famílias passaram a ser patriarcais, o homem veio a ser o centro da família, a herança passou de uma linha materna para uma linha paterna.


“Com a formalização da monogamia (antes existia varias mulheres para um homem apenas, e as mulheres não podia ter mais de um marido) surge um novo elemento no núcleo familiar: o pai verdadeiro. De acordo com a divisão do trabalho da família de então, o homem era o responsável pela alimentação e por seus instrumentos de trabalho utilizados para tal, sendo por direito proprietário destes instrumentos. E a mulher conservava os utensílios domésticos. Ocorre que com o avançar do desenvolvimento produtivo, as riquezas referentes aos homens aumentaram enormemente, não se repetindo o fato com as riquezas femininas. Sob a ordem masculina estava agora o manancial de alimentação, o gado, os escravos.” (penúltima página).


Conquistas das mulheres ao longo do tempo


Conquista das mulheres (FONTE: clique aqui):


  • O direito ao trabalho fora do lar;
  • O direito ao voto (1932);
  • Nos esportes (1924);
  • Entrar no mercado de trabalho;
  • Divórcio;
  • Poder ser eleita para o governo;
  • Evitar a gravidez (com contraceptivos);
  • Poder matricular-se em curso superior;
  • A mulher casada passa a ter os mesmos direitos do marido no mundo civil;
  • É livre para adotar ou não o sobrenome do marido;
  • Conquista o direito de fazer aborto em diversos países;
  • Pode fumar e beber;
  • Chega a cargos executivos;
  • Recebe salários mais próximos dos pagos aos homens;
  • No quesito trabalho, ocorreram mudanças entre 1992 e 1999. A participação feminina no mercado de trabalho subiu de 38,8% para 40,3%.
  • A educação melhorou: a porcentagem de trabalhadoras, que concluíram o segundo grau, cresceu de 14,7% para 20,4%.


“Apesar do aumento da participação feminina na indústria, elas ainda são minoria nessa área. Em 85, eram 26,35% da força de trabalho. Doze anos depois, a inserção de mulheres foi de 28,13%.”


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

MATÉRIA - O acesso desigual ao conhecimento científico.

Leitura do texto na integra. Clique aqui para obter o texto.

O acesso desigual ao conhecimento científico


O acesso desigual ao conhecimento científico acarreta:


- Controle sobre a produção, a distribuição e acesso as pessoas, cujo bem estar pode ser afetado pela falta deste conhecimento.

Ele é provocado pela “reserva de conhecimento” e pelas “fronteiras definidoras de desigualdade” (categorias).


Desigualdade categoria


Divide as pessoas em lados diferentes, em que um grupo é beneficiado e outro prejudicado.


Identidade social


“Elas dependem e conferem significados ás relações com outras pessoas. A identidade publica inclui fronteiras, relações através de fronteiras, relações no interior do ‘nós’ e no interior do ‘eles’, além dos significados acumulados atribuídos a fronteiras e relações.” (Patrão ou empregado).

A identidade se permeia dentro e fora da fronteira categórica.




As categorias sempre geram diferenças, mas não necessariamente desigualdade. (Marx, por exemplo, critica a desigualdade, mas não a diferença).



Desigualdade


- Pequena escala: Firma, lar, vizinhança ...

- Grande escala: é formada uma rede conectada de desigualdade.



Desigualdade categórica duradoura


- Caracterizadas por desigualdade de cor, gênero, nacionalidade, etnia, religião, comunidade, etc.

à Geram vantagens liquidas a um dos lados da fronteira.

à Reproduzem a fronteira.


Causas da desigualdade


- Exploração: Usa-se o esforço do outro e os exclui do valor obtido.

- Reserva de oportunidade: Grupos que dominam recursos e impedem outros de utilizá-lo, ou controlá-lo


Recursos geradores de desigualdade


Quadro 2

Os principais recursos geradores de desigualdade ao longo da história (p.53)

• Meios de coerção, como armas, encarceramento e especialistas no exercício da violência.

• Trabalho, particularmente o especializado e/ou coordenado de forma eficaz.

• Animais, especialmente os domesticados para alimentação e/ou para o trabalho.

• Terra, incluindo os recursos naturais nela localizados.

• Instituições que mantêm o comprometimento, como seitas religiosas, sistemas de parentesco,

redes patronos-clientes e diásporas comerciais.

• Máquinas, especialmente as que elaboram a matéria bruta, produzem bens ou serviços e

transportam pessoas, serviços ou informação.

• Capital financeiro – meios transferíveis e fungíveis de adquirir direitos de propriedade.

• Informação, especialmente a que permite a ação lucrativa, segura ou coordenada.

• Meios que disseminam essa informação.

• Conhecimento técnico-científico, especialmente o conhecimento que permite intervir, para

o bem ou para o mal, no bem-estar humano.


A propriedade de terra ainda é a base fundamental da desigualdade em países pobres. O Brasil passa por esta transição (Terra à Conhecimento cientifico). Porém sempre mantendo as bases da desigualdade.

O conhecimento científico se tornou uma das principais bases da desigualdade hoje.



Os quatro recursos geradores da desigualdade hoje


1º- Capital financeiro: Bancos, associações financeiras, etc.

Redes de financistas, reduzidas e bem conectadas, podem prejudicar uma economia nacional deslocando seus investimentos de um local a outro.” (p.55)


2º- Informação: Pesquisas, achados, conhecimento, etc (informações estratégicas, como por exemplo, o funcionário que sabe onde se localiza o petróleo, este sendo cobiçado pelas empresas).


3º- Recurso gerador de valor: Publicidade, mídia, comunicação eletrônica, etc (Haja vista o poder das grandes mídias).

A enorme quantidade de capital investido recentemente em publicidade, meios de comunicação de massa e comunicação eletrônica sugere isso.” (p.55).


4º- Conhecimento Técnico-científico: gera possibilidade de controle e de desigualdade sem precedentes.

Graças ao desenvolvimento da indústria farmacêutica, da engenharia genética, da computação biomecânica, da microeletrônica, dos métodos de diagnóstico médico, das telecomunicações, do mapeamento geofísico e da exploração astrofísica, a inovação científica gera possibilidades de controle e, portanto, de desigualdade sem precedentes.” (p.55)


Há uma grande diferença entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento no controle do conhecimento. Afetando desta forma a saúde e o bem estar de milhões de pessoas.

Os produtores e distribuidores do conhecimento técnico científico têm interesse de reservar seu conhecimento e explorar seu uso.


A abertura do conhecimento técnico científico


Três teses apresentadas contra esta abertura do conhecimento.


- A tese da perversidade: A generalização do conhecimento acabará com o incentivo para o desenvolvimento de novos conhecimentos (farmacêuticos). Ou em mãos incompetentes ou malévolas o conhecimento acarretará mais danos que benefícios (médicos americanos organizam a distribuição do tratamento médico).


- A tese da futilidade: Necessidade de instruir as pessoas para que elas tenham acesso a este conhecimento, uma vez que elas não estão preparadas para recebê-los. Portanto deve-se esperar que a educação, a democratização e a civilização façam seu longo trabalho, preparando as pessoas para receberem os benefícios da ciência e da alta-tecnologia.


- A tese do risco: “tese do risco é a mais sedutora, já que chama a atenção para o alto custo da disseminação em todo o mundo de conhecimentos cruciais e para a utilidade de manter atuantes as pessoas e as instituições que contribuem para a acumulação de conhecimento.” (p.61) (patrocínios e patentes).

“Atualmente, os produtores e beneficiários do conhecimento desigual não sacrificarão facilmente suas vantagens. O custo, porém, será a persistência da desigualdade que prejudica, desnecessariamente, o bem-estar humano.” (p.61).


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Enunciado do Enem referente à desigualdade de acesso ao conhecimento. Um exemplo de barreira criada e propagada através das gerações e classes sociais.


A sociedade atual testemunha a influência determinante das tecnologias digitais na vida do homem moderno, sobretudo daquelas relacionadas com o computador e a internet. Entretanto, parcelas significativas da população não têm acesso a tais tecnologias. Essa limitação tem pelo menos dois motivos: a impossibilidade financeira de custear os aparelhos e os provedores de acesso, e a impossibilidade de saber utilizar o equipamento e usufruir das novas tecnologias. A essa problemática, dá-se o nome de exclusão digital.”

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Gripe suína

É pessoal, devido a gripe suína, as aulas foram adiadas. E é claro que a ameaça de contaminação se encontra somente nas escolas, uma vez que lotações (ônibus e metros), bancos, cinema, shoppings (praça de alimentação), exames públicos, viajens intermunicipais... entre tantos outros meios de aglomerarão continuam funcionando.
Instituições financeiras naturalmente continuam funcionando, será porque não pararam? Talvez porque a escola não gere o lucro que estas instituições gerem? Pois não vai fazer diferença mesmo... Agora, as contas têm que ser pagas no banco, os sujeitos têm que ficar nas grandes filas, em locais pouco ventilados, esperando sua vez de serem atendidos.
As pessoas devem continuar a fazer suas compras sem alarme, pois imagina se o comércio vende menos apenas por uma precaução “tola” (não sabemos realmente o quão “tola” a gripe PARECE ser)...
As grávidas devem continuar trabalhando até o período de licença. Qualquer coisa é só usar a mascara e manter a higiene nas mãos... Uma vez que sendo o grupo de risco nenhuma medida foi tomada em relação a elas, mas a escola sim...
Mas para a escola isso não é possível, não há outra mediada a não ser fechá-la, deve-se ter cuidado com ela.

É certo que alguns eventos já foram cancelados, mas o que realmente as autoridades buscam com uma medida única que é fechar as escolas. Após o retorno das aulas gripe estará sanada? Faria diferença voltar dia 10 ou 17? Eis uma das questões.

Deve refletir sobre o paradoxo das medidas tomadas e qual a finalidade das mesmas. Se o caso está se tornando realmente sério como que passar a mídia, porque medidas sérias não são tomadas? (já tendo tocado neste ponto). A questão que esta doença está se tornando cada vez mais uma doença social.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Matéria - Durkheim

Durkheim

Durkheim vai analisar as causa que levam a Divisão do trabalho, e quais serão seus efeitos antagônicos. A sociologia para ele era análoga a medicina, uma vez que buscava estudar as patologias sociais.

- Diferenciou a sociologia das demais ciências sociais.

- Enfatizou o uso de dados empíricos para suportar especulações teóricas.

- Funcionalismo (fato social).

- Focalizou a divisão do trabalho e suas conseqüências para a vida social.

- Postulou a consciência coletiva como fonte comum dos valores e crenças sociais.

- Seus estudos sobre parentesco e religião ainda são considerados importantes e atuais.

CONCEITOS EM DURKHEIM


A Instituição Social

É um mecanismo de proteção da sociedade, é o conjunto de regras e procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade.

As instituições são, portanto, conservadoras por essência, quer seja família, escola, governo, polícia ou qualquer outra pela manutenção da ordem.


Anomia

Uma sociedade sem regras claras (num conceito do próprio Durkheim, "em estado de anomia"), sem valores, sem limites leva o ser humano ao desespero. Preocupado com esse desespero, Durkheim se dedicou ao estudo da criminalidade, do suicídio e da religião. A anomia foi percebida no período de transição entre o feudalismo e o capitalismo, ou mundo moderno. É um estado de falta de objetivos e perda de identidade. Ausência ou desintegração das normas sociais, valores enfraquecidos.


Consciência Coletiva

“Conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade que forma um sistema determinado com vida própria.”

Formas padronizadas de conduta e pensamento. Essa constatação está na base da que Durkheim chamou de consciência coletiva. Ex: Linguagem.


Solidariedade Mecânica

Sociedades onde os indivíduos diferem pouco entre si, partilhando os mesmos valores e sentimentos. Tem coesão porque os elementos individuais são similares. (Ex: família, clãs, grupos segmentares, agrupamentos por semelhança).


Solidariedade Orgânica

Resultante da crescente divisão social do trabalho, exigida pelas tarefas economicas menos simples. Representada por nossa atual sociedade, ela vem a trazer diversos conflitos a convivencia em grupo.


Direito restitutivo

Caracteristico da solidariedade Orgânica, é baseada em impedimentos, visa reordenar o bom funcionamento da sociedade, como é o caso do direito comercial, constitucional e administrativo.


Direito repressivo

Caracteristico da solidariedade Mecanica, onde há mais coesão entre os individos e o grupo. A função do castigo não é exatamente o de amedrontar ou dissuadir o criminoso, mas sim satisfazer a consciência coletiva que foi atingida pelo desvio de um de seus membros.


A pena não serve – ou só serve secundariamente – para corrigir um culpado ou para intimidar seus possíveis imitadores, sob este ponto de vista sua eficácia é duvidosa. Sua verdadeira função é manter intacta a coesão social, mantendo toda a vitalidade da consciência comum.


Comunidade

“A comunidade é a fusao do sentimento e do pensamento, da tradição e da ligação intencional, da participação e da comunhão. Pode ser identificada ou encontrar sua expressao simbolica na religião, na nação, na raça, nas cruzadas.” (Sociologia e Sociedade. pág 216) Sua forma maior se encontra na família.

Tudo o que é confiante, íntimo, que vive exclusivamente junto, é compreendido como a vida em comunidade.


Sociedade

“A sociedade, pela convenção e pelo direito de um agregado, é compreendida como uma soma de individuos naturais e artificiais, cujas vontades e dominios se encontram em associações numerosas, mas que permanecem, entretanto, independentes um dos outros e sem ação interior recíproca.” (Comunidade e Sociedade. pág 113).

“No seu mais importante sentido, entendemos por ‘sociedade’ uma espécie de contextura formada entre todos os homens no qual uns dependem dos outros, sem exceção; na qual o todo só pode subsistir em virtude da unidade das funções assumidas pelos co-participantes, a cada um dos quais se atribui, em principio, uma tarefa funcional; e onde todos os individuos, por seu turno, estao condicionados, em grande parte, pela sua participação no contexto geral.” (Sociologia e sociedade. pág 222).

Hobbesà O trunfo da razao. O contrato assegurando a propriedade privada, mantendo ordem no conflito proeminente, a sociedade burguesa consolidado suas raizes. Do estado natural para o poder do estado legal.


Divisão do trabalho social

A divisão do trabalho social decorre de um fenômeno social que agrupa os seguintes fatores: volume, densidade material e densidade moral.

O volume pode ser considerado o número de indivíduos que integram uma sociedade. A densidade material se refere ao número de indivíduos em relação ao espaço, ou território, onde vivem. A densidade moral representa o grau de intensidade das comunicações e trocas entre os indivíduos (interação social). Hoje a mídia passa noticias propiciando a formação de uma consciência coletiva espontânea, estimulando opiniões, a moda entre outros.

Segundo Durkheim, o volume, por si só não é o fator determinante da diferenciação social. É imprescindível que haja densidade material e moral para provocar o processo de divisão do trabalho social.

“E quanto os laços sociais se desamarram? O autor está preocupado justamente com tal situação, quando não há a produção de solidariedade e a sociedade se desintegra. Nesse caso, conforme os próprios exemplos dados por ele, as crises comercias e industriais, a luta entre o trabalho e o capital, a divisão extremada no interior das ciências...é quando surge o que ele chama de anomia, ou, divisão do trabalho anômica.” (Prof. Sílvio Camargo)


Fato social[1]

Durkheim define fato social do seguinte modo: “consistem em maneiras de agir, de pensar e sentir exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder de coerção em virtude do qual se lhe impõem” (p. 48).

O autor nos aponta assim que os fatos são um grupo determinado de fenômenos que possuem três características fundamentas: a) exterioridade; b) coercitividade; c) generalidade.

Os fatos sociais para ele não podem ser confundidos com fenômenos psíquicos ou com nossa consciência individual, mas são exteriores a nós, existem fora de nossa consciência, eles possuem, portanto, uma vida própria frente a qual o investigador deve analisá-los com o máximo de objetividade, que já é, aliás, uma das regras do método.

O caráter de coercitividade do fato social significa que estes exercem um poder externo sobre o indivíduo, isto é, eles existem na própria sociedade e se colocam como formas de “agir, pensar e sentir” com as quais nós não chegaríamos espontaneamente, sobretudo quando consideramos a educação das crianças, e diz Durkheim que: “se com o tempo, esta coerção deixa de ser sentida, é porque pouco a pouco dá lugar a hábitos, a tendências internas que a tornam inútil, mas que não a substituem senão porque dela derivam” (p. 49).

O termo coerção para o nosso autor é bastante amplo, possuindo um sentido mais geral do que comumente atribuímos a ele. Deste modo, o termo coerção se mostra ora em uma acepção forte, como no caso de um crime que é reconhecido pelas sanções que ele implica, ora de forma mais problemática, como no caso da moda, isto é, o fato de os indivíduos de uma determinada sociedade adotarem padrões similares de vestimenta.

A terceira característica é a generalidade, que diz respeito à “difusão que apresenta no interior do grupo”, isto é, se refere a algo que não ocorre de forma isolada e esporádica, mas sim a algo que tem a propensão a generalizar-se em uma dada sociedade.”( Prof. Sílvio Camargo)

Dormir, comer, beber, entre outros, não são fatos sociais porque só a pessoa pode praticar e, se não o fizer, não sofrerá punição. Se fossem fatos sociais a sociologia não teria objetivo próprio e seu domínio se confundiria com o da biologia ou psicologia.


Representações coletivas

São as visões de mundo estabelecidas em determinado momento histórico (em uma determinada época) e em determinada sociedade. É muito semelhante a idéia de cultura, cultura está que vai dominar o individuo, se sobrepor a ele, em suas decisões. A comunhão dessas representações coletivas é por ele chamado de solidariedade. Observamos que o individuo tem pouca ação própria na teoria de Durkheim.


Funcionalismo[2]

Para Durkheim as formas de explicação não são só causais e sim funcionais (causa e função), como exemplo através da biologia (solidariedade orgânica, por exemplo, cada parte do carpo exerce uma função como na sociedade) . O ponto crucial para a análise funcional é a afirmação de Durkheim segundo a qual a função de uma instituição social é a correspondência entre ela e as necessidades do organismo social.



Fontes:

www.fo.usp.br/departamentos/social/ciencias_sociais/ciencias_sociais_arquivos/funcionalismo.pdf

· www.wikpedia.com.br

· www.educacao.uol.com.br/sociologia/suicidio2.jhtm

· www.experienciaecritica.blogspot.com (postado em 4 de Março de 2009)

· Foracchi, M; Martins, José. Sociologia e Sociedade (leituras de Introdução à sociologia) 22ª Tiragem. LTC.

· Tonnies, F. Comunidade e Sociedade. Florestan Fernandes (Org).



Vale a pena ler o artigo neste seguinte blog (em cache).

[2]www.dirftc.net/index.php?option=com_content&view=article&id=52:funcionalismo-de-durkheim&catid=46:aulas&Itemid=70