domingo, 30 de agosto de 2009

MATÉRIA - Desigualdade social e o Conceito de Gênero


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Desigualdade Social e o Conceito de Gênero


Algumas das características das desigualdades sociais


- Diferenças culturais perpetuadas e sustentadas por crenças dominantes.

Preconceitos e crenças difundidas e sustentadas pelas classes que mantém o domínio econômico e cultural. Idéias falsas que buscam manter o poder de uma categoria sobre outra. Crer que pessoas pobres são pobres por serem preguiçosas, ou que alunos de escolas públicas conseguem um futuro promissor apenas tendo vontade de alcançar o mesmo (não levando em conta as diversas barreiras encontradas pelos mesmo).


- Organização das instituições favorecendo a desigualdade.

A religião, por exemplo, na época da escravatura afirmava que o negro não tinha alma.

As instituições de Ensino Superior passaram a receber mulheres com freqüência a partir dos anos 60 nos EUA.

A ciência afirmava que características físicas das mulheres as prejudicavam na busca de um lugar de presença na sociedade, logo afirmava que seu lugar natural era a casa.


- Acesso desigual a recursos.

Os diversos recursos geradores de desigualdade que observamos no texto anterior.


As desigualdades...


- Ocorrem entre 2 ou mais categorias.

- Tendem a ser duradouras.

- Os movimentos através da divisão são raros ou demorados a serem realizados.

- Chances de vida e estilo de vida identificam as pessoas nestas categorias.


É um acesso desproporcional a recursos, materiais e culturais (simbólicos).

Quanto maior a oportunidade (educação, acesso a cultura, possibilidade de desenvolver uma personalidade critica entre outros fatores), maior será a liberdade individual (autonomia do individuo para realizar tarefas, se auto-sustentar sem necessitar da ajuda do Estado, como por exemplo, para ter acesso ao bem estar como a saúde, saber ser crítico, correr atrás de seus direitos entre tantos outros).


Para entender melhor o que a autora está querendo dizer com a liberdade de oportunidade, coloquei um texto que se refere a teoria que ela utiliza. Apenas para um melhor aprofundamento. Vale a pena ler na integra! FONTE.

Para o autor, a desigualdade em nenhum momento aparece como resultado do processo de acumulação de capital, nem tampouco está relacionada a esse contexto. A concepção de desigualdade do autor reside na desigualdade de oportunidades pela privação de liberdades básicas, na desigualdade do indivíduo isolado, na ausência de condições iguais básicas de existência (acesso à saúde, educação, saneamento básico, alimentos, etc.), únicos elementos capazes de serem proximamente igualados entre os indivíduos empiricamente tão diversos, como afirma Sen. É a constituição dessas ‘liberdades’ (por exemplo, liberar o indivíduo da fome) que são capazes de dar às pessoas sua “condição de agentes” para atuarem livremente e construir seu futuro como queiram.

“O desenvolvimento consiste na eliminação de privações de liberdade que limitam as escolhas e as oportunidades das pessoas de exercer ponderadamente sua condição de agente” (Sen, 2000: 10).
“Com oportunidades sociais adequadas, os indivíduos podem efetivamente moldar seu próprio destino e ajudar uns aos outros”

Assim cria o conceito de “liberdades substantivas” como elemento central da igualdade. “As liberdades substantivas incluem capacidades elementares como, por exemplo, ter condições de evitar privações como a fome, a subnutrição, a morbidez evitável e a morte prematura, bem como as liberdades associadas a saber ler, fazer cálculos aritméticos, ter participação política e liberdade de expressão etc.

Basta dar aos indivíduos condições básicas iguais para que eles exerçam com liberdade seu papel de homem econômico; basta livrá-lo das “fontes de privação” que lhe tolhe as oportunidades como a “pobreza e tirania, carência de oportunidades econômicas e destruição social sistemática, negligência dos serviços públicos, intolerância ou interferência excessiva de Estados repressivos”.


Conceituando Gênero


Um conceito novo, que vai explicar as desigualdades que antes eram explicadas através da biologia para então passar a explicar estas diferenças através das desigualdades sociais, em fim, a desigualdade entre sexo é uma desigualdade social e não biológica.


Diferenças biológicas (sexo): - Contestadas ao longo do tempo -


Diferenças que vão justificar através de diferenças físicas a desigualdade entre homens e mulheres.

-Pouca força física da mulher;

-Menor peso do cérebro;

-Fragilidade da mulher;

-O lugar natural da mulher sendo a casa.


O corpo (características físicas) passa a definir as relações, e ainda no século XXI ainda é fator de desigualdades e preconceitos.

Com estes argumentos ocorre a legitimação das desigualdades sociais a partir da ciência (Instituição influenciando neste ponto).


Aspectos socialmente construídos (gênero):


Vão recorrer a aspectos históricos e atuais, para demonstrar a construção social da desigualdade entre homens e mulheres.


Os aspectos que possibilitaram a ascensão social (participação econômica e política) da mulher na sociedade ao longo do tempo:


-Vida na esfera domestica;

-Desenvolvimento industrial;

-Queda do pensamento divino;

-Avanço da racionalidade;

-Movimento feminista pega carona com movimentos organizados (movimento de libertação negra, hippie, entre outros);

-Participação na esfera pública e política;

-Mecanização (homens e mulheres possuindo a mesma força, acabando com os argumentos baseados na força);

-Participação da mulher no nível superior de ensino (iniciando na década de 60, ainda enfrentando barreiras quando se estuda a desigualdade de gênero). Conhecimento técnico-científico possibilitando a ascensão social das mulheres.

-Passa a atuar na apenas na esfera domestica, mas também na esfera pública.


O termo gênero se mostrou neutro, destacando que, tanto mulheres como homens são produtos do meio social, e, com efeito, suas condições de vida são variáveis e históricas.


As diferenças no cotidiano


A definição do sexo, já antes do individuo nascer, molda toda a vida que vem pela frente, desde a cor do quarto até a vida profissional (mesmo havendo uma abertura maior das profissões tipicamente masculinas, existe uma influência muito grande quanto as escolhas futuras).

Sendo, portanto, um processo de socialização (lembrando o conceito de socialização no inicio do ano) e educação (cultural).


Gênero vem desta forma a significar relações de poder, diferenças de acesso aos recursos produtivos e simbólicos (culturais).


Engels e a origem da família – uma contextualização apenas


Houve um momento na historia em que as famílias eram matriarcais (diferente das patriarcais, a mulher era o centro da família), logo a economia doméstica era a base de toda a economia.

- Com avanços no campo surge excedentes na produção, o homem passa a ser desta forma o foco principal da economia, pois era ele o responsável por estes serviços (colheita, criação de animais, etc), logo mantendo o controle do mesmo.

- As riquezas referentes aos homens passaram então a aumentar, não acontecendo o mesmo com as mulheres.

- Logo as famílias passaram a ser patriarcais, o homem veio a ser o centro da família, a herança passou de uma linha materna para uma linha paterna.


“Com a formalização da monogamia (antes existia varias mulheres para um homem apenas, e as mulheres não podia ter mais de um marido) surge um novo elemento no núcleo familiar: o pai verdadeiro. De acordo com a divisão do trabalho da família de então, o homem era o responsável pela alimentação e por seus instrumentos de trabalho utilizados para tal, sendo por direito proprietário destes instrumentos. E a mulher conservava os utensílios domésticos. Ocorre que com o avançar do desenvolvimento produtivo, as riquezas referentes aos homens aumentaram enormemente, não se repetindo o fato com as riquezas femininas. Sob a ordem masculina estava agora o manancial de alimentação, o gado, os escravos.” (penúltima página).


Conquistas das mulheres ao longo do tempo


Conquista das mulheres (FONTE: clique aqui):


  • O direito ao trabalho fora do lar;
  • O direito ao voto (1932);
  • Nos esportes (1924);
  • Entrar no mercado de trabalho;
  • Divórcio;
  • Poder ser eleita para o governo;
  • Evitar a gravidez (com contraceptivos);
  • Poder matricular-se em curso superior;
  • A mulher casada passa a ter os mesmos direitos do marido no mundo civil;
  • É livre para adotar ou não o sobrenome do marido;
  • Conquista o direito de fazer aborto em diversos países;
  • Pode fumar e beber;
  • Chega a cargos executivos;
  • Recebe salários mais próximos dos pagos aos homens;
  • No quesito trabalho, ocorreram mudanças entre 1992 e 1999. A participação feminina no mercado de trabalho subiu de 38,8% para 40,3%.
  • A educação melhorou: a porcentagem de trabalhadoras, que concluíram o segundo grau, cresceu de 14,7% para 20,4%.


“Apesar do aumento da participação feminina na indústria, elas ainda são minoria nessa área. Em 85, eram 26,35% da força de trabalho. Doze anos depois, a inserção de mulheres foi de 28,13%.”


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