terça-feira, 17 de novembro de 2015

SOBRE O CRIME AMBIENTAL DA SAMARCO/VALE


Texto de meu amigo e colega sociólogo Glauber Loures de Assis,

O maior crime ambiental da história do Brasil. Nenhum preso. A área do crime, inclusive, está sendo "protegida" contra a cobertura jornalística. A única "condenação" é uma "multa" para a Samarco que corresponde a menos de 5% do faturamento anual da empresa. 5%!
Realmente é de se indignar.
Mas penso também que tão importante quanto se indignar por ver a falta de punição e responsabilização pela ANIQUILAÇÃO da quinta maior bacia hidrográfica do Brasil é perguntar o por quê dessa impunidade com a Samarco/Vale.
Por que ninguém vai ser preso? Por que ninguém será categoricamente responsabilizado pelo prejuízo humano e ambiental incalculável? Afinal de contas, vivemos em um país onde portar uma garrafa de Pinho Sol na mochila pode dar cadeia. Onde roubar um litro de leite em supermercado leva o sujeito preso. Onde querem a todo custo encarcerar menores infratores. Onde está essa vontade de punir quando chega a hora da Samarco/Vale?
Pimentel, do PT, não foi falar com jornalistas junto à população que perdeu tudo, mas deu entrevista coletiva na SEDE da Samarco! Aécio, do PSDB, disse que "não é hora de apontar culpados". Marina Silva, a "rainha" da sustentabilidade, demorou mais de uma semana para se pronunciar, e quando o fez foi de forma tímida, distante dos atingidos, sem nenhum projeto.
Que mistério! Só que não! Parafraseando Darcy Ribeiro, o desastre ambiental brasileiro não é um desastre, mas um projeto. O que está destruindo a água, as montanhas e as florestas do Brasil é um projeto econômico/político muito bem pensado. Que inclui Belo Monte, que inclui a desmatadora Kátia Abreu no ministério da agricultura, que inclui Aldo Rebelo (negacionista climático) como relator do Código Florestal. E que inclui a Vale como financiadora das campanhas políticas.
Olha só o quadro de doações para campanha da Vale S.A. e suas filiais nas eleições passadas, de acordo com o TSE:

PMDB R$ 23.550.000
PT R$ 8.250.000
PSDB R$ 6.960.000

Lembrando que até Marina Silva recebeu R$ 488.000 da Vale....
E ainda vemos muitos defendendo a mineração e um julgamento brando para a Samarco, porque "sem ela a atividade econômica de Minas Gerais pára". Criamos uma nova variação do "rouba mas faz" do Maluf. É o "mata mas dá dinheiro".
Desastre não é acaso. É o preço que se paga por transformar o Brasil de "país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza" para fazendão do mercado internacional.
Então não adianta botar a culpa só nos "petralhas" ou nos "coxinhas". PT e PSDB estão com as mãos igualmente cobertas de lama tóxica.




Agora um vídeo que mostra a imprensa por de traz das câmeras... me pergunto quando irá iniciar uma investigação e responsabilização para a já considerada maior tragedia ambiental do país. Se não umas das maiores da história. Surreal o que acontece.

Surreal...

Como diz Glauber Loures, se fosse sobre manifestantes com rojões... aaaahh estaria durantes meses sendo noticiadas as noticias... e jamais seria uma acidente...




O Brasil como ele é.

Matéria do CQC da Band.







segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Éneas Carneiro e a mídia de seu tempo



COMO A MÍDIA ATACA, TRANSFORMA E ALTERA A FORMA DE VER UMA FIGURA.

Infancia e vida profissional Fonte: WIKIPEDIA 

"Enéas Ferreira Carneiro nasceu na cidade de Rio Branco, no estado Acre, em 1938. Filho de Eustáquio José Carneiro, barbeiro, e Mina Ferreiro Carneiro, dona de casa. Perdeu o pai aos nove anos de idade, sendo obrigado a trabalhar desde essa idade para sustentar a si e à sua mãe.
Em 1958 iniciou seus estudos no Rio de Janeiro, na Escola de Saúde do Exército. Em 1959 formou-se terceiro-sargento auxiliar de anestesiologia, sendo primeiro lugar de sua turma.
Em 1960 iniciou seus estudos na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro.
Em fevereiro de 1962 prestou exame vestibular para a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do Estado da Guanabara, curso de licenciatura em matemática e física. Aprovado em primeiro lugar. No mesmo ano iniciou atividade como professor destas disciplinas, preparando alunos para vestibulares.
Em 1965 formou-se médico pela já citada Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, pedindo então baixa do Exército, após 8 anos de serviço ativo no Hospital Central do Exército, onde auxiliou os médicos em mais de 5.000 anestesias, já tendo recebido a medalha Marechal Hermes.
Em 1968 diplomou-se licenciado em Matemática e Física pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do Estado da Guanabara e fundou o Curso Gradiente, pré-universitário, do qual foi diretor-presidente e onde lecionou matemática, física, químicabiologia e português.
Em 1969 fez o curso de especialização em cardiologia na 6ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro e, a partir daí, foi integrado como assistente naquele Serviço de Cardiologia.
De 1973 a 1975 fez um mestrado em cardiologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nesse período ministrou também aulas de fisiologia e semiologia cardiovascular na mesma universidade. Em 1975 apresentou a primeira versão de seu famoso curso O Eletrocardiograma, no Rio de Janeiro, mais tarde ministrado em São Paulo (1983), Quito-Equador (1985) e novamente no Rio de Janeiro (1986), dessa vez como curso nacional, ocorrido no Copacabana Palace.
Em 1976 defendeu sua dissertação de mestrado, "Alentecimento da Condução AV", e recebeu o título de mestre em cardiologia pela UFRJ. Ainda em 1976 escreveu o livro O Eletrocardiograma, referência no gênero. Publicado em 1977 e reeditado em 1987 como O Eletrocardiograma: 10 anos depois, essa obra é conhecida no meio médico como a "bíblia do Enéas"."

Visto a trajetória de vide de um homem com tantos conhecimentos, vejamos nos videos abaixo seu ponto de vista sócio-politico a respeito do Brasil. Muitos dos pontos fundamentais propostos e tocados pelo mesmo, foram talvez as principais ações dos futuros governos, necessária como dito, se não, não seriam realizadas (ex: negociação da dívida pública). 

Éneas em entrevista ao Jô Soares. Em rede nacional pode esclarecer muitas dúvidas a seu respeito.


Já no debate de RODA VIVA, na eleição de 1994 (vídeo abaixo) fica claro a forma como a mídia o bombardeia e não o possibilita o mesmo de concluir seus pensamentos. Éneas foi sem dúvida um homem contra os poderes e as explorações instituídas, explorações estas que hoje ainda permanece de maneira sutil aos olhos da mídia. Um homem muito a frente de seu tempo!

Engraçado que a mesma mídia que o ridicularizava, que não faz pensar e não faz com que as pessoas tenham um pensamento crítico, hoje em dia bombardeia os lideres que na época vangloriavam. 

Irônico é ver os mesmos jornalistas hoje defendendo pontos de vistas diferentes (que papelão Fernando Mitre e Clóvis Rossi). Uma mídia pobre de um país comprado as migalhas, explorado até a ultima gota de sangue.


                                                                          Dr Enéas Carneiro no Roda Viva 1994