Ana Paula Evangelista de Almeida
Eustáquio de Carvalho Sant´Ana
Rafaela Reis
OS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA:
a mídia e a guerra total
Juiz de Fora
2007
Trabalho apresentado à disciplina Sociologia IX, do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Professor: Prof. Dr. Gilberto Barbosa Salgado
Contudo, assassinar os seus cidadãos, trair os seus amigos, renegar a fé, a piedade, a religião não são ações que possamos chamar de “virtuosas”. Por esses meios pode-se conquistar o poder, mas não a glória.
MAQUIAVEL, em O príncipe.
INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é mostrar, como propôs Gabriel Tarde, que os meios de comunicação de massa podem, por um lado, servir à sociedade democrática, mas, por outro, também abalá-la.
Esses dois papéis podem ser explícitos da seguinte forma: os meios de comunicação aparecem como sustentáculo da democracia. Exemplo disto foi o período de transição democrática no Brasil, conhecido como “Diretas já”, e mesmo o período de transição do império para a República, em que houve pressões para a abolição da escravatura, além de outros direitos até então não existentes.
No entanto, os meios de comunicação funcionam como uma arma destruidora ou de controle social. Principalmente por parte do poder executivo, em que a ação da própria mídia interfere na constituição da agenda política. A voz do Brasil, criada durante o governo de Getúlio Vargas, tornou-se uma forma de controle das massas que acabou se estendendo até os dias de hoje.
Nosso objetivo se associará com o tema da guerra e se voltará para o papel intermediário que os Estados Unidos exercem no mundo atual. Fazendo uma analise da indústria cultural difundida pela mídia americana e mostraremos a posição midiática daqueles que são contra seu domínio
Primeiramente vamos abordar como nos Estados Unidos e na maioria dos países capitalistas, a mídia veicula uma forma comercial de cultura, produzida por lucro e divulgada à maneira mercadoria. Isso acontece principalmente com a indústria de jogos eletrônicos e a cinematográfica.
O cinema surgiu no fim do século XIX, sucedendo a fotografia, como forma de arte, e logo depois acabou evoluindo para o entretenimento de massa, utilizado como atração popular, substituindo teatro itinerante. Logo depois no século XX deu origem a filmes narrativos, mas é quando o cinema passa a ser assumido por grandes empresas, que ele consegue firmar-se como mundo do espetáculo.
Historicamente e analisando sociologicamente, os jogos eletrônicos têm um papel fundamental, pois é através deles, que podemos conhecer muito da sociedade em que eles são praticados ou mesmo criados. Como eles surgiram nos Estados Unidos e no Japão, podemos também entender o ideologia destes países ao dirigi-los para o mercado internacional.
Depois refletiremos brevemente sobre a influência exercida pelos Estados Unidos em outros países, como o conflito na Palestina, e o apoio dado as Ditadura de Pinochet no Chile. Os Estados Unidos conseguiu implantar noticias falsas na mídia local deste país para apoiar um regime cruel e autoritário. Assim lembraremos rapidamente da geopolitica de Spyman, que serviu de grande inspiração para as relações internacionais americanas.
Faremos também uma analise dos vídeos do Youtube, observando como num contexto de guerra, as mídias das nações envolvidas divulgam imagens e noticias a seu favor, e que por outros lado essa liberdade na internet pode trazer vieses.
Logo depois vamos comparar as idéias da escola de Frankfurt com a teoria de controle e dominação da mídia, dando ênfase a teoria “indústria cultural” proposta por Adorno e Horkheim e correlacionando com a questão da guerra.
E finalmente encerraremos nosso trabalho cogitando como diferentes formas de poder, principalmente a mídia, tem capacidade para estabelecer a soberania de um nação sobre a outra.
Eua e a mídia na expansão imperialista
“A paz mundial precisa ser nossa primeira prioridade. Mas não pode ser uma paz a qualquer preço, não queremos uma paz que nos traga humilhação ou capitulações graduais” Disse Reagan aos veteranos da guerra do Vietnã.
Os Estados Unidos, após 1945, puseram em marcha uma estratégia militar global, dividindo o planeta em regiões e delegando a responsabilidade do controle de cada uma delas a um “US Military Command”.
Isso foi feito principalmente no plano cultural, de acordo com a obra “A invasão cultural norte americana” de autoria da cientista social e historiadora Júlia Falivene Alves, o telejornalismo em toda América Latina segue os seguintes preceitos alienadores, influenciado pela indústria cultural norte-americana:
· Silenciar ao máximo sobre questões da política nacional que possam causar polêmicas ou descontentamentos.
· Privilegiar, em contra partida, esportes, cataclismos, crimes passionais, notícias sencionalistas, entre outras.
· Aumentar o espaço às notícias internacionais.
· Transmitir os conteúdos das informações de forma a conduzir muito mais ao conformismo do que à reflexão, divulgando dados soltos, em ritmo acelerado, sem dar tempo para a análise minuciosa do tele-espectador.
· Minimizar a importância dos movimentos populares, reações anti-imperialistas ou processos revolucionários.
· Etiquetar ou rotular as pessoas envolvidas na política, conduzindo o público a simpatizar ou antipatizar com elas, conforme o interesse do agente de divulgação.
· Utilizar grande volume de imagens que dêem ao telespectador a convicção de que o que se relata é verdadeiro.
De acordo com Adorno, a cultura industrializada “infunde a condição de que a vida desumana pode ser tolerada”, assim, “a cultura veiculada pela mídia transformou-se em uma força dominante de socialização: suas imagens e celebridades substituem a família, a escola, valor e pensamento, produzindo novos modelos de identificação e imagens vibrantes de estilo, moda e comportamento”. (ADORNO, 1985)
Atualmente, com o advento do computador, os acessos à internet e a outras mídias – principalmente os jogos eletrônicos – aceleram e aprofundam em crianças e jovens um processo de autonomia frente aos tradicionais e mais rigorosos controles educacionais.
A indústria dos jogos eletrônicos começou a se desenvolver no final da década de 1960, nos Estados Unidos e no Japão, e por volta de 1980 assistia-se a uma verdadeira “guerra de mercado”. Vamos citar alguns exemplos desses jogos:
· Command and Conquerer – neste jogo o Red Alert 1 e 2 coloca a disputa entre aliados e comunistas.
· Ragnarole Online – é um tipo de jogo RPG em que alguns reinos são copias de sociedades desenvolvidas como a Inglaterra e os Eua.
· Battlefield 1 e 2 – esse jogo se passa na segunda guerra mundial em que os jogadores podem escolher de que lado lutar, dos aliados ou dos nazistas.
· Medal of Honor – se passa na segunda guerra mundial, mas mostra apenas o lado aliado, única opção para o jogador.
· Fallout 1, 2 e 3 – é um jogo que supõe o que aconteceria se a guerra fira ficasse quente, isto é, se ocorresse uma terceira guerra mundial.
· Counter Strike – Um jogo que se passa em um ambiente fechado em que os jogadores optam em jogar do lado ocidental ou oriental (este ultimo caracterizado por terrorista, enquanto o primeiro por americanos). As armas disponíveis para esses grupos também se modificam, de um lado a M-16, do outro a AK-47.
Desse modo os jogos eletrônicos revelam a mais emblemática identidade com a realidade concreta, principalmente com a identidade de guerra, explorando heróicas reações contra grupos e indivíduos que se recusam a serem subjugados pelos códigos institucionais.
Produto da mídia americana, os jogos pregam a ideologia de que é preciso combater o caráter dos sujeitos malvados, de inveja e ambição destemidas que, em posse de armas poderosas e ultra-modernas, são capazes de escravizar povos que sua infinita arrogância julga inferior.
Muito antes do surgimento dos jogos eletrônicos, o cinema e as histórias em quadrinhos exploraram, de maneira igualmente maniqueísta, a ação dos heróis determinado, individual, moderada, sóbrea, auto-disciplinada, justa e em oposição a ação dos vilões rebeldes.
Como dizem Adorno e Horkheimer em “A dialética do esclarecimento”, (2005) na página 52: “Multiplicando o poder pela mediação do poder do mercado, a economia burguesa também multiplicou seus objetos e suas forças ao tal ponto que para sua administração não só não precisa de todos. Eles apreendem com o poder das coisas a, afinal, despensa o poder”.
E os Estados Unidos sabem fazer muito bem isso, já que o conflito é a pedra fundamental e a salvação da economia norte-americana, sustentada pela indústria bélica.
Para continuarem dominando como um Império absoluto é preciso que haja guerra. Só assim que poderão sempre renovar os estoques de arma, lutar como diversos ataques, e por fim, fincar sua bandeira tricolor em solos vencidos.
Assim aconteceu logo depois de 1948, quando a ONU decidiu que na antiga possessão britânica, dois países seriam criados, um judeu e um árabe. Inicia-se então a guerra árabe-isralense, que se segue até nossos dias e onde os Estados Unidos estão, a todo o momento, dirigindo toda a situação. Desde o início, aliado de Israel, os Estados Unidos forneciam armas e estrutura para a resistência e colocavam na imprensa mundial, Arafat como terrorista. A partir de 1970, com a mudança dos interesses econômicos dos Estados Unidos (principalmente com a crise do petróleo) o país procurou firmar uma aliança entre árabes e israelenses. Em 1974, Arafat discursa na Assembléia geral da ONU como representante da OLP (Organização Mundial do Petróleo) e começa a mudar, então, sua imagem de terrorista à líder nacionalista. Logo depois os Estados Unidos conseguiu, ao longo da segunda Intifada, tornar Arafat “um homem irrelevante”, como disse Bill Clinton. De acordo com a publicação (Época. Rio de Janeiro, n. 339, p. 81, 15 nov. 2004.) “O Hamas e a Jihad islâmica, os dois principais grupos terroristas, acusaram Arafat de traidor por admitir a existência de Israel, e se colocaram à margem de seu comando”.
Até o General sul-americano mais cruel do extermínio da oposição e mais eficiente no comando da economia, Pinochet, teve todo o apoio dos Estados Unidos. No dia 08 de julho de 1976, o secretário do Estado americano Henry Kissinger viajou a San Tiago para garantir a Pinochet que os Estados Unidos não interviriam nos assuntos domésticos do Chile, apesar de ter informação das torturas e assassinatos do regime.
Mas no ano de 1976 os Eua gastaram em torno de oito milhões de dólares para semear a discórdia no Chile, o que incluía propagandas e noticias falsas em jornais, dinheiro para opositores e apoio a grupos privados que incentivavam as greves.
Documentos liberados pelo Eua em 1999 mostram que o secretário de Estado também orientou seu pessoal a não pressionar o ditador sobre a violação dos direitos humanos.
Durante o secretariado de Kissinger o governo dos Eua reagia a diplomacia com outros países (Rússia, Alemanha, Cuba, etc.). Neste período o governo americano foi baseado no expansionismo por via cultura – softpower. Com Kissinger a “diplomacia” vira o centro das decisões e através dela o Eua tenta arbitrar a paz.
Em sua geopolítica o Eua teve como maior inspirador o professor da Universidade de Yale e diretor do Instituto de Estudos Internacionais; Spykman, que escreveu a obra Os Eua frente ao mundo. (1944). Ele criticava a noção de estratégia isolacionista de seu país, principalmente proposta pela doutrina Moure. Para ele o poder é um elemento intrínseco na relação entre os homens, e conseqüentemente entre os Estados. O poder para lê combinaria quatro elementos básicos: persuasão, compra, permuta e coesão. Ele discute a necessidade de organismos supra-nacionais: formação de alianças e blocos, bilateralidade e multilateralidade entre os Estados e de certa forma antecipa a geopolítica da guerra fria: “É evidente que a política de equilíbrio de poder, é em primeiro lugar, uma política para uso das grandes potencias. Os pequenos Estados, a menos que unam entre si, não podem ser mais do que pesos da balança usada pelos outros. O pequeno Estado é um vazio na área de alta pressão política” (SPYKMAN, 1944).
Isso tudo explica uma expansão de uma consciência anti-EUA. É nesse sentido que nos últimos tempos os diversos meios de informação vem mostrando a situação em que se encontra aquela população. Uma situação baseada no terror, na tensão de estar a todo o momento atento a uma explosão de atentados terroristas. A armadilha que montaram contra o mundo está se voltando contra eles próprios. “Ameaças” não seria o termo correto para descrever a repulsão que os demais países vêm lhes auferindo. Poderíamos dizer que isso é apenas uma conseqüência de uma lógica. De acordo com a terceira lei de Newton para cada ação uma reação, o modo de ser norte-americano estimula as relações recíprocas à sua política.
Estados Unidos na Guerra Total
Como uma lógica, podemos observar os EUA integrado no conceito de guerra total do autor Hans Morgenthau, em que classifica essa guerra envolvendo quatro conceitos básicos:
“(1) a parcela da população totalmente identificada, em suas emoções e convicções, com as guerras de seu país; (2) ao segmento da população que participa da guerra; (3) ao contingente da população afetada pela guerra; e (4) aos objetivos seguidos pela guerra”. (MORGENTHAU, 2003, p.679).
Procuraremos mostrar adiante como estes conceitos aparecem, no caso dos EUA, e nos guiaremos por ele. Os meios que ele utiliza para garantir sua hegemonia no mundo, que vão desde o entretenimento até sua produção industrial.
Rapidamente podemos observar esse tipo de guerra se desenvolvendo com a guerra civil americana que vai de 1861 até 1865. Foi o nascimento de sua hegemonia mundial e seu crescimento, caracterizado por uma guerra entre o Norte e o Sul. O Norte querendo a expansão de sua produção e o desligamento com a coroa inglesa, já o Sul, continuar com o sistema de plantation e manter os vínculos com a coroa. A partir da vitória do Norte os EUA não parariam de crescer e conquistar como ocorreu. Seu próximo destino foi a expansão para o Oeste, para o oceano pacífico, comprando terras do México e guerreando com o mesmo. Não podemos deixar de mencionar as matanças indígenas.
O interessante na guerra civil americana foi a ideologia utilizada daquela maneira pela primeira vez, num ato de chamar os soldados pela causa da liberdade e do progresso. Os negros lutavam a favor do Norte contra a escravatura do Sul e também pela sua liberdade. As táticas de guerra que começavam a ganhar outros perfis, como os confrontos de emboscada e guerrilha. Nota-se que, neste período, o Norte além de ganhar a guerra também ganha um desenvolvimento tecnológico bélico, necessário na vitória contra o Sul e que não parou de se aperfeiçoar e desenvolver.
Da guerra de sucessão para o Oeste, do Oeste para o resto da América. Os Estados Unidos colocando-se no comércio mundial, ganhando influências na Ásia pela costa Oeste e a Europa pela Leste, ganhou grandes poderes com o término da Segunda Guerra Mundial e na reconstrução da Europa. Encontrou somente único oponente a altura: a URSS.
A extinta União Soviética representava um inimigo não só de forças bélicas, mas também ideológico. Sua ideologia gerava receio do ponto de vista econômico, poderia ser um empecilho para o desenvolvimento capitalista, ou então os EUA ao plano socialista. Um dos fatores da vitória americana e a falência soviética foi a maneira como a mídia iludiu os últimos pelo sonho americano e a promessa de fartura através da propaganda. A mídia e os meios de comunicação em massa passaram a servir de grande arma para essas nações. Assim como Hitler que utilizou os mesmos para causar sentimentos nacionalistas e de euforia nos alemães, com toda a nação se mobilizando pela sua causa.
A URSS foi derrotada e, desde então os EUA passaram a obter hegemonia mundial, intervindo belicamente onde achar necessário. É claro que muitas vezes a soma de outras forças pode gerar impedimento imediato da intervenção militar, mas muitos são seus meios para sua conquista.
Passamos rapidamente por esses pontos para procurar demonstrar como os Estados Unidos, desde sua formação, vem desenvolvendo uma política de conquistas e dominação, principalmente por meios bélicos (dos mosquetes as M-16) e convocações ideológicas, utilizando uma grande arma de alcance em massa: a grande mídia.
A mídia na guerra americana.
Se por um lado, em muitos países temos leis que obrigam jovens que são aptos fisicamente a se alistarem nas forças armadas, outras vezes estes alistamentos se tornam voluntários, denotando um sinal que os instrumentos de mobilização da população estão funcionando. É possível pensarmos também que isto se deve a um certo pragmatismo por parte dos jovens, haja vista que, nos EUA muitos deles se alistam voluntariamente em troca de uma carreira profissional dentro das forças militares. É possível observarmos ainda que estes jovens provêm, na maioria das vezes, de estratificações sociais baixas dentro da sociedade americana e que buscam assim uma acessão social.
Outras vezes os grandes veículos de comunicação – como será demonstrado adiante – procuram passar à sua população que seu país luta por uma causa democrática e libertadora de regimes autoritários e totalitaristas. É saliente lembrar a grandeza do poder de persuasão desses meios de comunicação. Um exemplo notório é observar a maneira como Sadan Russem passou de cowboy à vilão nas últimas guerras do Iraque para a população americana.
Abrimos aqui uma chave: os EUA em tempo de calmaria necessitam desta mídia para criar uma reação na população. O país como sabemos, não teve dificuldades para mobilizar “voluntários” e aprovação da sua empreitada em resposta ao ataque de Pearl Habor, muito menos após os atentados aos símbolos americanos no dia 11 de Setembro de 2001. Uma nação com problemas internos, quando passa a ser ameaçada, supera seus problemas para combater um mal exterior (Maquiavel). No que tange os EUA, o capitalismo gera um individualismo e um sentimento de solidão daquele americano. O capitalismo faz com que muitos obtenham a felicidade com o consumo desejado. São poucas as demonstrações de afetividade nesta sociedade. Porém fatos como esses ocorridos, acabam por promove uma solidariedade peculiar deste país ao próximo.
Aqui fechamos a chave, tendo em vista que a presença americana nos países como do Oriente Médio, naqueles onde ele não é bem vindo, gera no soldado oriental uma união para defender aquele bem maior, defender seus valores e as coisas que ele idolatra. É capaz de entregar, se necessário, sua vida pela sua causa. O que significa que, para uma parcela da população se identificar com a guerra, nem sempre a mídia se torna um recurso necessário, mas sim, em locais em que a população não é afetada no seu cotidiano pela a mesma.
Os EUA conseguem disseminar seu império em proporções mundiais devido a três características principais: (1) sua cultura, gerando um controle sobre as mentes daqueles envolvidos pela mesma, o que pode ser caracterizado pela sua produção cinematográfica e por outros como os vídeo games (atuando já com os jovens), imprensa, sites da internet entre outros; (2) seu potencial bélico, alcançando todos os pontos do planeta; e (3) a globalização, que auxilia a propagação rápida de seu império, tanto por meios da distribuição cultural, como a comercial.
Vídeos do Youtube e disseminados pela internet. Propagação cultural e descontrole.
Sem dúvida a internet, em nosso tempo, é uma das maiores revoluções que a humanidade já passou. Diferente dos folhetos impressos, do rádio, cinema e televisão (colocando ai suas devidas proporções), fazendo da internet uma impressionante ferramenta que passa a oferecer compras, entretenimento, comunicação barata e facilitadora (através de grandes distâncias), disseminação de idéias, artigos, protestos e tantos outros artifícios. Ela alcança todo o planeta e com a tecnologia de ponta, torna possível comunicar e propagar idéias a qualquer lugar do globo.
Grandes dificuldades tem tido os meios de controle das informações de barrarem aquilo que lhes prejudiquem. Um exemplo disso é o documentário “Brazil: Beyond Citizen Kane” (Brasil: Muito Além do Cidadão Kane), no qual é feita uma analise do surgimento das emissoras brasileiras, em especial a Rede Globo e como ela se beneficiou do governo militar iniciado em 1964 e que negligenciou muitas de suas torturas, funcionando mesmo como um meio de controle sobre as massas. Mostra ainda seus apoios a presidentes como Collor e Tancredo Neves e obscuras parcerias com Brasília. Esse Documentário, produzido em 1993, foi altamente censurado no Brasil por uma ação judicial movida pelo presidente da Rede Globo de Televisão, Roberto Marinho. Na época “o documentário jamais esteve no circuito de cinemas brasileiros e a exibição que ocorreria no Museu de Arte Moderna - MAM, do Rio de Janeiro, foi proibida pelo, na época, presidente da República, Itamar Franco.” (Fonte: Wikipédia).
O mesmo documentário ficou por muito tempo desconhecido para maioria dos brasileiros, mas graças ao advento da internet muitos passaram a obter acesso. “O site Google Video mostra que o vídeo do documentário teve 430.655 visualizações (com números maiores a cada período). Esse número é muito superior, por exemplo, à quantidade de expectadores da grande maioria dos filmes brasileiros lançados nos nossos cinemas na década de 2000.” (Fonte: Wikipédia).
Esse é um exemplo de um acontecimento nacional. Mesmo podendo ter controle sobre os meios de comunicação, a internet passa a ser um vilão em potencial. Tem-se procurado desenvolver meios de vigilância na internet que possibilite a coerção daqueles vídeos indesejados. O cômico caso de Daniela Cicarele é um exemplo no qual a justiça vetou um dos principais sites de disseminação de vídeos do mundo e no Brasil, o YouTube. Nota-se, porém, que isso não impediu que o vídeo continuasse a se propagar por e-mails. Esse fato gerou a preocupação daqueles que defendem a liberdade de imprensa.
Esses exemplos estão sendo utilizados para mostrar como a tecnologia ao mesmo tempo em que gera coerção, inibição e controle das mentes de muitos cidadãos, ela também pode ser um grande revéz. É o que procuraremos mostrar quanto a guerra do Iraque, com a disseminação de vídeos pela internet. Estariam esses vídeos sendo controlados ou propositalmente divulgados? E dificil imaginar que cenas como Abul Graido teria sido propositalmente divulgada.
Essa parte do trabalho contará tambem com uma análise breve da página oficial das forças americanas no Iraque -www.mnf-iraq.com-, site que divulga vídeos no youtube e relata os acontecimentos do dia-a-dia na guerra.
O interessante do Youtube é que podemos observar vídeos que mostram os dois lados da guerra; os opositores e aqueles que são a favor da mesma, e em diferentes situações.
Descrição dos videos
“Army_video_mit_geiler_mucke_Iraque”
Este vídeo, de cunho nacionalista, mostra a tropa do terceiro batalhão e primeiro regimento da marinha americana atuando no Iraque. Invasão, destruição pelas tropas americanas, rostos de soldados convictos de sua atuação (com significativo sarcasmo quando destruindo casas e objetos), passando uma impressão de puro controle. Muitas vezes os símbolos são mostrados (bandeiras), tanto os dos americanos como os da resistência iraquiana sendo destruídos. A tecnologia do exército americano não deixa de ser demonstrada a todo o momento. Tanques, bazucas e ainda metralhadoras de ultima geração.
Um importante fato é a musica de rock metal que acompanha o vídeo, criando um verdadeiro vídeo clipe, como também será observado em outros vídeos. No final deste mesmo video é colocado a seguinte frase: “In memory of those who lived the good life, fought the good fight and made the ultimate sacrifice. May we never forget.” (Em memória desses que viveram a vida boa, lutou a briga boa, e fez o último sacrifício. Possamos nunca esquecê-los). Lembrando os soldados americanos mortos, o vídeo passa assim, a idéia americana de dominação e libertação, sua causa como verdadeira e superior a outros povos.
“Battle on Haifa Street Baghdad Iraq”
Este é um vídeo também fornecido pelas tropas americanas no site mencionado acima. Ele nos mostra soldados americanos fortemente armados, com metralhador tri-pé e lança granada. Os soldados se encontram em um andar de um prédio e aparentemente identificam um alvo, uma casa a aproximadamente 200 metros. Passam então a atacá-la incessantemente com as armas de alta precisão de destruição. Neste vídeo não se encontra música de fundo, somente o ambiente real, sons agudos das fortes armas. Os soldados riem enquanto metralham as casas. Um fato que nos chamou a atenção neste vídeo divulgado diretamente das forças armadas americanas, foi a presença de dois soldados americanos armados com AK-47, arma produzida na Guerra Fria por soviéticos e de utilização de países na época comunistas. Igualou-se a m-16, atualmente utilizada pelos americanos. A AK-47 é uma arma muito contrabandeada por traficantes e máfias. Provavelmente estes soldados renderam alguns da resistência iraquiana que estava na proximidade e utilizaram delas.
“Cenas sobre o Iraque”
“Cenas sobre Iraque” é um vídeo curto que procura dramatizar algumas cenas, utilizando também como ferramenta sua trilha sonora. Na verdade o filme é feito de fotos que vão se seguindo como slides. Iniciando com a bandeira iraquiana, o vídeo mostra a destruição deste país, crianças brincando perante a estátua do ex-ditador Saddan Hussein caída. Em outro ponto mostra soldados americanos recuados e feridos. Em uma das fotos aparece um dos soldados americanos com lágrimas escorrendo pelo seu rosto, e depois outras mostrando crianças iraquianas sendo presas por eles. Algumas cenas mostram crianças atirando com a arma AK-47. O filme termina com um soldado americano “meditando”.
Este vídeo procura tocar, emocionalmente, o receptor, mas não mostra as verdadeiras cenas do Iraque, apenas cenas que consideramos leves, perante as outras que se seguem de cunho muito mais dramático.
“Enforcamento de Saddam Hussein”
O vídeo do enforcamento de Saddam Hussein foi um dos que se encontra censurado no Youtube, porém com um programa adequado é possível copiá-lo (no caso usamos o programa VDownloader). Esse vídeo foi mostrado em todo o mundo em redes nacionais. Segundo a imprensa, ele teria vazado através de um dos funcionários que estavam em exercício. Na época, as autoridades disseram que iriam investigar e punir os responsáveis. O vídeo que obtivemos foi uma transmissão de uma TV Árabe e, como as outras emissoras, não mostra o momento exato da execução. Talvez, se isso ocorresse poderia levar a uma revolta ainda maior daqueles que apoiavam o governo de Saddan e que são maioria da resistência iraquiana hoje.
Mas um outro vídeo, que não foi editado e que foi também encontrado no Youtube – com o mesmo programa adequado para a obtenção – é possível ver todo o enforcamento sem censuras. Durante todo o momento da execução, Saddan se mantém calmo e calado enquanto homens encapuzados colocam a corda em seu pescoço, recusando-se colocar um capuz preto. Este vídeo que mostra toda a execução é de qualidade ruim – como uma filmagem de aparelhos celulares convencionais – sendo muito diferente das cenas mostradas pela imprensa. No final procura mostrar nitidamente o pescoço quebrado do ditador.
“Hoje, não mais existe qualquer obstáculo tecnológico que empeçam a concretização de um império e de menções mundiais, desde que a nação dominadora seja capaz de manter a sua superioridade em matéria de recursos tecnológicos de dominação”. (MORGENTHAU, 2003, p.707). Sendo assim necessário o controle desta tecnologia.
“Images of Iraque”
Semelhante ao vídeo “cenas sobre o Iraque”, “imagens of Iraque” mostra com dramaticidade slides sobre a superioridade bélica americana. Bombas pintadas e levando mensagens escritas pelos soldados que serão lançadas por caças. Mostra ainda iraquianos e civis mutilados pelas mesmas bombas. Soldados e civis da resistência aparecem portando bazucas e metralhadoras (aqui também aparece a metralhadora AK-47). Um outro ponto é a exibição da aflição – desespero de certa maneira – em alguns momentos, de soldados americanos quando se encontram acuados e com baixas.
“Irak torturas”
Este vídeo é uma reportagem exibida pela Fox News, que tem como legenda da reportagem “war on terror”, com subtítulo, “torture regime”. O jornalista anuncia na reportagem as brutalidades registradas no regime de Saddan Hussein. Não foi possível saber a data em que a reportagem foi colocada no ar, mas segundo o jornalista as imagens constam de 1995. Mostra pessoas amarradas sendo empurradas de uma altura de 2 andares, mutilações (apenas comentários, não exibindo as mutilações) e fortes agressões físicas. O jornalista menciona que outros foram decapitados. Mostra assim, rapidamente, como a imprensa americana choca sua população, procurando diabolizar a figura do ditador e tentando envolver toda a população americana naquele fato.
“Iraque Video”
Este vídeo, provavelmente de produção brasileira - por mostrar escritos em português - exibe cenas chocantes. Também produzido usando de fotos em slides. Com a famosa musica do Pink Floyd -Another Brick In The Wall ao fundo, ele se divide em basicamente duas partes.
A primeira começa com a frase de George W. Bush :“A América usa sua força a serviço de princípios.” Mostra-se então nessa primeira parte cenas de soldados americanos ajudando os iraquianos, brincando com crianças, mostrando a elas máquinas fotográficas. Mostrou também o poderio militar americano, como os pára-quedistas, os caças de ultima geração, as armas, bombas, tanques, helicóptero e toda sua tecnologia.
A segunda parte inicia com a frase, também de George W. Bush: “A precisão da nossa tecnologia está protegendo a vida dos nossos soldados, e a vida de civis inocentes”. Uma ironia é que a partir daqui o vídeo procura mostrar até seu término cenas de crianças mutiladas por bombardeios, corpos estendidos nas ruas, às vezes ensacados. Procura mostrar também o sofrimento daqueles que sobreviveram, às vezes ainda feridos, outras vezes com seqüelas.
Outra ironia é quando se coloca uma terceira frase de Bush: “Posso assegurar ao povo americano que estamos fazendo grande progresso”. E em seguida as fotos da tortura em Abu Ghraib são mostradas, e mães iraquianas mostram fotos de seus filhos hospitalizados. Com uma ultima frase do presidente: “Graças à coragem e à força dos nossos militares, o povo iraquiano é livre agora”, termina toda a ironia do vídeo, mostrando varias crianças feridas, mutiladas ou mortas pelos bombardeios. A trilha sonora segue até o final do mesmo. O primeiro vídeo mostrado aqui com aspecto subversivo. Este também se encontra censurado no Youtube.
“Iraque dia-a-dia”
Iraque dia-a-dia é encontrado em três partes no site do Youtube, uma continuação do outro. Estes vídeos com “rock pesado” ao fundo e no canto da tela um slogan de uma resistência local (provavelmente organização terrorista), pode significar que foram divulgados por grupos terroristas e editado por pessoas contrárias à guerra, procurando levar para um lado mais subversivo.
O vídeo mostra imagens de atiradores de elite da resistência gerando várias baixas aos americanos que ficam desesperados quando seus colegas são atingidos e não sabem de onde vem o ataque.
Soldados estão andando normalmente quando são atingidos, muitos caem e não levantam, outros devido a forte proteção não são seriamente feridos. Muitos desses disparos ocorrem em blitz, postos e barreiras. Um cotidiano enfrentados pelas tropas americanas. Alguns disparos acertam a cabeça sem a chance de sobrevivência.
Uma imagem que impressiona é quando em uma barreira, um soldado é atingido e a população em volta corre e se refugia. Mas uma criança fica parada ao lado do soldado observando-o morto e se afastando devagar. Cenas que procuram e tentam chocar o “telespectador”, uma verdadeira guerra de mídia.
“KBR Convoy Ambushed in Iraq”
Este é um vídeo gravado pelo motorista de um caminhão escoltado por tanques americanos. Provavelmente o caminhão transportava combustível, suprimentos ou armas – não é possível saber. No caminho, esse caminhão sofre uma emboscada e fica sob tiro de soldados da resistência. Os tanques que os escoltavam prosseguiram, deixando-o sozinho. O vídeo termina, de repente, com o motorista ainda sobre tiros e sem que os tanques tivessem voltado. O que esse video nos passou foi a dificuldade e o perigo encontrado a todo o momento por tropas americanas, o a falta de dominio sob aquela região.
“Madness (Crazy- Alanis Morrisette)”
Este é um vídeo que procura chamar a atenção dos telespectadores para a verdade da guerra, também é um vídeo censurado no youtube. Começa com a frase “Não se aliste, não pelas mentiras deste homem (foto do presidente Bush ao lado)”. Em seguida mostra as fotos das torturas na cadeia de Abu Ghraib e as seqüelas que a mesma causou naqueles prisioneiros (no que se referente as torturas). Um video breve, porem com fortes cenas.
“Rangers lead the way”
Este vídeo mostra a preparação e treinamento dos soldados americanos, com cenas de treinamento em selva e em bases americanas. O vídeo mostra soldados aprendendo lutas e simulando situações de guerra. Toda a sua infra-estrutura e tecnologia, além de alguns outros pulando de pára-quedas. Em suma, este vídeo produzido pelo exército americano procura mostrar a preparação e a superioridade do mesmo. Um veículo de intimidação e demonstração de sua força.
“Torturas de Abu Ghraib”
Este é um dos vídeos mais subversivos que encontramos à ideologia que os americanos procuram passar de liberdade e paz. Provavelmente deriva de uma reportagem americana, haja vista os comentários que são feitos em inglês ao longo do mesmo. Ele mostra sem censura, as torturas realizadas na prisão de Abu Ghraib. Homens são submetidos a humilhações como masturbações e obrigados a empilharem-se nus. Outros são amarrados com fios elétricos nos dedos e genitais; alguns são obrigados a ficar em pé por horas; espancamentos e torturas psicológicas como cachorros colocados latindo em frente a suas faces. O vídeo passa, além de tudo, as cenas de vários cadáveres que encontram muitos sinais de torturas, com tiros e mutilações. Este foi um dos vídeos mais fortes em que encontramos na internet, dado pelo fato principal de que foram danos causados diretamente pelos saldados americanos. Estes, segundo a própria reportagem, encontram-se detidos pelas forças militares.
Estas cenas, com certeza, causaram grandes transtornos e contradições com a ideologia que os americanos passam a sua população, como paz e liberdade, e certamente, se soubessem que ocorreria esta gravação pelos militares, seus superiores fariam o possível para que não caísse em público, algo que não foi possível.
“Vídeos de uma execução no Iraque”
Estes dois vídeos foram os que contiveram cenas mais violentas. Não sendo possível encontrá-lo no Youtube e sim em programas de downloads como o eMule. Estes vídeos apresentam cenas de decapitação de soldados americanos, desde o pronunciamento dos atores até o momento em que sua cabeça é cortada e colocada sobre o seu corpo. Os dois vídeos se assemelham bastante quanto ao “ritual da decapitação”. Homens armados ao fundo, e a vítima sempre de joelhos, enquanto esperava o momento.
Se foi possível observar intimidação por parte dos americanos com vídeos de seu poderio bélico, também é possível demonstrar uma forte intimidação com esses vídeos que contêm grande violência. Por um lado, é positivo aos americanos que estes vídeos (sensacionalista para muitos) sejam vistos por sua população, mostrando a ela o quanto bárbaros são aqueles com que ela está guerreando. E por outro lado, outros vídeos como Abu Ghraib, e as mutilações causadas pela guerra, o sofrimento de muitos que foram mostrados seriam pontos contra os americanos.
Vemos assim que da mesma maneira que a guerra acontece no campo de batalha ela também ocorre no plano midiático, com seus sujeitos procurando ganhar simpatizantes ou fazer com que seu inimigo os percam. É uma mídia ainda com pouco controle e de certa forma livre.
Uma breve análise da página “www.Mnf-iraq.com”
O site é intitulado de “Operation Iraq Freedom”, com o subtítulo, “Official Website of Multi-National Force”. Mostra o dia-a-dia das tropas da força de coalizão envolvidas na querra do Iraque.
Aproximadamente 33% da página apresenta conteúdos que envolvem os soldados e a comunidade local diretamente. Com os tópicos “porque eu sirvo”, “mensagens para a tropa”, “fatos da liberdade” e mensagens do pentagono. O primeiro tópico mencionado diz:
“Fatos da liberdade”:
No Iraque, aproximadamente 270 quilômetros de estradas da vila foram terminados. Estes projetos são contraídos diretamente com empresas locais e ajudam no desenvolvimento econômico de comunidades menores. O programa das estradas da vila espera-se ser terminado em julho 2007 e fornecerá 424 quilômetros de estradas melhoradas.”
Outros aproximados 17% relatam os fatos cotidianos da guerra, claro sempre visando seu lado. Dentre esses relatos encontram-se as clinicas que os soldados americanos montaram para atender a população americana. E ajuda estrutural aquele país.
Aproximadamente 5% da página é elaborada com fotos que mostram os soldados em operações ou em treinamentos, de modo Hollywoodiano como mostradas nas fotos anexadas a este trabalho. As outras porcentagens restantes (45%) são referentes às manchetes principais ou aqueles assuntos que já ocorreram ou que já foram manchetes.
Estas manchetes, assim como os outros tópicos, anunciam o avanço americano e as conquistas, sempre de maneira positiva e patriótica.
Esta é só uma avaliação superficial desta página, que contém links para vídeos no Youtube, sobre o cotidiano das tropas, histórias dos soldados e outros tópicos que contam a versão americana da guerra.
A relação da mídia e o controle social
Para entendermos a ligação entre a cultura de massa e o controle exercido pelos meios de comunicação, é preciso voltar no tempo e lembrarmos que durante 1850-1930, a sociedade européia, sofreu transformações urbanas, como a centralização dos mecanismos de decisão política, a extensão e a densificação dos sistemas de transporte e de comunicação. “A segmentação das relações sociais e o enfraquecimento dos grupos primários acarretaram o isolamento e a alienação dos indivíduos em conjuntos sociais sempre maiores” (PHLLIPPE, 2002, p.131).
Assim a cultura de massa se tornaria cúmplice da dominação política, por isso destacamos o papel dos Estados Unidos como “Us military command”, levando a uma liquidação progressiva do sujeito individual. Principalmente com sua “industria cultural”, como diz Horkheimer e Adorno; “os elementos dessa cultura de massa teriam as características de pura mercadoria... esses bens culturais seriam impostos ‘de cima’ por um sistema industrial de difusão dominado pelo ethos capitalista, pelo reinado do fetichismo e pela lógica do consumo e do lucro”.( PHLLIPPE, 2002, p.133).
Os grandes estúdios cinematográficos do século XX são um exemplo de como as empresas transformaram o cinema em uma indústria cultural. Adorno via nisto o empobrecimento completo da arte e a sua subordinação às leis mercadológicas.
A propaganda também é aproveitada pela cultura de massa como um elemento alienador. Se na sociedade competitiva ela preenchia função social de orientação, o comprador no mercado, facilitando o processo de escolha, reforça agora o vínculo que liga os consumidores às grandes empresas. “Só quem pode pagar as taxas exorbitantes cobradas pelas agências publicitárias tem condições de entrar como vendedor do mercado” diz Adorno (1985).
Mas como Adorno nos mostra, não é só a propaganda que suscita a irracionalidade dos indivíduos, mas também as instituições organizadas que expressam as contradições da sociedade; “as instituições que deveriam ser calcadas na racionalidade e promovê-la têm a base na opressão individual”. (CROCHIK, Revista Margem Esquerda).
Como nos lembra Foucault, há uma crise das instituições, uma implantação progressiva e dispersa de um novo regime de dominação; o regime de controle. A família, a escola, o exército, e mesmo a fábrica são figuras cifradas, deformadas e transformáveis.
E ai aparece a influência da mídia, que pode ser exercida de várias maneiras, diretas ou indiretas, oferecendo e valorizando certos modelos ou papéis sociais, insistindo em certos estereótipos, sugerindo os comportamento socialmente aprovados.
Os resultados da ação da mídia na sociedade têm sido objeto de algumas teorias sociais. Como sabemos, existem pelo menos três teorias que desenvolveram trabalho relevante no âmbito da análise midiática. Essas teorias estão contidas na Escola de Frankfurt, nos Estudos Culturais Britânicos e as teorias Pós-Modernas. Porém, optamos por nos restringir à Escola de Frankfurt para a condução de nosso trabalho. Sobre suas análises, no que tange a crítica à indústria cultural de massa, iremos trabalhar mais a fundo agora.
A escola de Frankfurt foi que deu o ponto inicial para a crítica da comunicação e da cultura de massa. Seu trabalho resultou na construção de um primeiro modelo de estudo cultural. Combinou economia política dos meios de comunicação, a análise cultural dos textos e os estudos de recepção pelo público quanto aos efeitos sociais e ainda os efeitos ideológicos que a cultura e as comunicações de massa produzia.
Utilizando a expressão “Indústria Cultural”, seus críticos assim, denominava o processo de industrialização da cultura produzida para o público específico, a massa, além dos imperativos comerciais que impeliam o sistema.
“Os teóricos críticos analisavam todas as produções culturais de massa no contexto da produção industrial, em que os produtos da indústria cultural apresentavam as mesmas características dos outros produtos fabricados em massa: transformação em mercadoria, padronização e massificação”. (KELLNER, 2001, p.44).
Para os críticos, as funções dos produtos das indústrias culturais eram bem características, ou seja, ratificava as ideologias dominantes das sociedades capitalistas e integrava os indivíduos nos quadros da cultura de massa e ainda nos quadros da sociedade.
Grandes expoentes da análise crítica da indústria cultural e da Escola de Frankfurt são Adorno e Horkheimer. Suas análises acerca do assunto forma primordiais para a identificação da indústria cultural como foco central das atividades que os indivíduos atribuem como lazer. Nota-se que a indústria cultural foi considerada por eles como uma forte agente de socialização, com a capacidade de mediar a realidade política nas sociedades contemporâneas. Além de causar impacto nas esferas econômicas, políticas, sociais e culturais.
A Escola de Frankfurt precedeu também a divisão do campo dos estudos de mídia em subáreas especializadas com modelos e métodos em disputas. A divisão consistiu numa abordagem culturalista, onde a ênfase é atribuída ao texto e a abordagem mais empírica com pesquisas quantitativas diretas e estudos etnográficos de casos ou de domínios específicos, além das pesquisas históricas especializadas.
É relevante destacar que a Escola de Frankfurt foi questionada no seu programa original da teoria crítica, que diziam ser muito limitada, haja vista não ter uma análise mais concreta da economia política da mídia e dos processos de produção da cultura; por não fazer uma investigação mais empírica e histórica da construção da indústria midiática, juntamente na interação com outras instituições sociais e por traçar uma dicotomia entre cultura superior e cultura inferior.
Mas segundo Kellner, “Embora parcial e unilateral, a abordagem da escola de Frankfurt fornece instrumental para criticar as formas ideológicas e aviltadas da cultura da mídia e indica os modos como ela reforça as ideologias que legitimas as formas de opressão”. (KELLNER, 2001, p.45-6).
A incitação de abordagens aos estudos culturais tem como precursor o tempo de mudanças e transformações drásticas que temos vindo vivido. A partir da década de 60 do século passado, por exemplo, produziu-se modificações espetaculares na cultura e na sociedade de todo o mundo. De lá para cá muitas guerras culturais foram produzidas, países guerrearam visando obter hegemonia econômica, política e cultural. As indústrias se modernizaram, os meios de comunicação mecanizaram, hoje tendo a grande maioria formas digitalizadas, há ainda arsenais militares foram construídos e tantos outros acontecimentos. Como sabemos, grande parte dos desenvolvimentos econômicos, políticos e sociais foram facilitados, à medida que a mídia se desenvolveu. Foi em meio a isso que a Escola de Frankfurt desenvolveu sua crítica.
Adentrando um pouco nos Estados Unidos, percebemos que a mídia neste país veicula uma forma comercial de cultura realizada por lucro e divulgada como uma mercadoria.
Neste âmbito podemos dizer que os Estados Unidos tem travado intensas guerras culturais, ou seja, movimento contra valores e instituições conservadoras. Em 1980, com a eleição do presidente Ronald Regan, a Nova Direita ascendeu dando respaldos a democratas, liberais e radicais. Em 1990, conservadores ainda faziam pressões contra os liberais, que chegaram ao poder com a eleição do presidente Bill Clinton em 1992. Porém, o que se observou foi que a televisão e a rádio nos Estados Unidos continuavam dominadas pelos conservadores e as publicações direitistas começando a ganhar poder na mídia e na cultura.
As produções Hollywoodianas, por exemplo, freqüentemente atacavam as mulheres e o feminismo, o que acabava por ressaltar formas grotescas de poder machista irrestritas. A paranóia masculina e branca nos Estados Unidos é claramente observada nos meios culturais, seja em monólogos cômicos ou em entrevistas de rádios. Filmes como Duro de Matar, Rambo e Exterminador do Futuro foram capazes de criar prazer em torno de comportamentos extremamente masculinistas e violentos.
A cargo de ilustração, Duro de Matar demonstra todo um ciclo de fantasias masculinas de compensação referente à emergência do feminismo, haja vista que a ala masculina conservadora se recusava compartilhar o poder com as mulheres. Rambo, por exemplo, está no hall dos filmes de guerra, principalmente nos que contam o retorno dos Estados Unidos ao Vietnã. Logo, o filme repete os discursos direitistas sobre os prisioneiros de guerra que ficaram no Vietnã e a necessidade de superar a vergonha de ter perdido a guerra e a relutância em usar mais uma vez o poderio militar norte-americano.
Ícones da indústria cinematográfica dos Estados Unidos, Sylvestor Sthalone, Arnold Schwarzenegger e Bruce Willis, são alguns dos espetáculos ideológicos masculinos deste país. Ou seja, representam os super-heróis masculinos como sendo a solução para os problemas da sociedade. Exemplo um pouco recente foi a vitória de Schwarzenegger para Governador do Estado da Califórnia, o que denota para nós o poder da mídia.
Além de demonstrar os super-heróis, outros filmes de guerra mostram toda tecnologia bélica americana envolvendo uma causa nobre no intuito de conquistar o receptor. É verdade que muitas vezes se usa da ficção no que tange a tecnologia, mas muitas outras não. O filme Top Gun, lançado em 1986, é um exemplo, mostrando todo o potencial da marinha americana com seus caças F-14, alem do tocante emocional.
O que podemos observar de tudo isso é que “as lutas concretas de cada sociedade são postas em cena nos textos da mídia, especialmente na mídia comercial da indústria cultural cujos textos devem repercutir as preocupações do povo, se quiserem ser populares e lucrativos. A cultura nunca mais foi importante, e nunca antes tivemos tanta necessidade de um exame sério e minucioso da cultura contemporânea”. (KELLNER, 2001, p.32).
No tocante às guerras, o que é possível afirmar é que os meios de comunicação serviram para acelerar o seu ritmo e ao mesmo tempo ratificar as disputas conquistas. Como nos expôs Morgenthau, qualquer candidato a conquistador do mundo não conseguiria consolidar quaisquer conquistas permanentes que ele tivesse podido realizar, se houver lentidão nos processos de comunicação.
De acordo ainda com o autor, sem as facilidades dos meios de comunicação, o conquistador não disporia de meios quase instantâneos para colocar em pleno funcionamento as modernas técnicas de propaganda em massa, para que pudesse dissuadir os descontentes de levar à cabo o seu consentimento. Dado a utilização dos meios de comunicação, em poucos instantes, um conquistador poderia fazer com que os revolucionários sintam o peso de sua superioridade em matéria de força organizada. E ainda, a partir do momento que ele conseguir monopolizar os meios de comunicação, conseguirá também apagar no povo conquistado o desejo de rebelar-se.
Uma nação que disponha do monopólio de armas nucleares e dos principais meios de transportes e de comunicações pode conquistar o mundo, e conserva-lo subjugado, desde que consiga manter esse monopólio e esse controle. Antes de mais nada, ele terá de moldar as mentes dos cidadãos de seu império mundial, incutindo nelas a uniformidade da submissão. (MORGENTHAU, 2003, p.707).
É relevante destacar o que Eric Hobsbawm, em sua obra A Era dos Extremos, anuncia sobre as guerras totais, dizendo que uma guerra em massa, tal como as guerras totais são, exija uma produção em massa. Mas para que ela se torne possível, a própria guerra acaba por desenvolver a tecnologia, seja com o objetivo de melhorar o arsenal de armas, ou mesmo como já percebemos, para conferir a dominação pelos meios de comunicação.
Voltando a Morgenthau, por fim ele afirma que a tecnologia moderna foi a grande propiciadora de controlar as mentes e as ações, seja em qualquer canto do mundo. E que, embora esta tecnologia tenha propiciado mais tempos livres e de lazer aos homens, também liberou potenciais de energias intelectuais e morais que se dedicaram à preparação e construção da guerra total.
FOTOS
Cartaz do filme Pearl Harbor, a guerra com o sentimentalismo americano
Cartaz do filme Top Gun, um clássico dos filmes Hollywoodianos (Fonte: Google)
Soldado americano altamente equipado (Fonte: www.mnf-iraq.com)
Forças americanas auxiliando o trabalho da polícia iraquiana (Fonte: www.mnf-iraq.com)
Soldados americanos atuando no Iraque (Fonte: www.mnf-iraq.com)
Soldado americano e iraquiano trabalhando em equipe (Fonte: www.mnf-iraq.com)
Porta-aviões americano, demonstração do poderio militar (Fonte: Google)
Soldados em demonstração de treinamento (Fonte: www.mnf-iraq.com)
Fotos dos “vídeos subversivos”
Uma das fotos incluída no vídeo do youtube, “Torturas de Abu Ghraib”.
“Nos primeiros dias da guerra no Iraque um jornalista português foi brutalmente agredido por soldados americanos. A partir desse dia ficamos todos a saber como são tratados os prisioneiros iraquianos. Surgiu agora a confirmação. Na foto, divulgada pela CBS. Vê-se um prisioneiro em cima de uma caixa com fios atados aos genitais, ao qual foi dito que se caísse da caixa seria eletrocutado. E mesma estação de televisão mostrou outras fotos igualmente reveladoras dos carinhos dispensados pelos americanos aos iraquianos.” (Fonte: oengenheiro.blogspot.com/2004_04_01_archive.html)
“Torturas de Abu Ghraib” (Fonte: Google)
“Torturas de Abu Ghraib” (Fonte: Google)
Crianças e adultos feridos no Iraque - 655 mil mortos em três anos e meio de ocupação
Charge
(Fonte: www.banksy.co.uk)
O Vosso tanque General, é um carro forte
Derruba uma floresta esmaga cem
Homens,
Mas tem um defeito
- Precisa de um motorista
O vosso bombardeiro, general
É poderoso:
Voa mais depressa que a tempestade
E transporta mais carga que um elefante
Mas tem um defeito
- Precisa de um piloto.
O homem, meu general, é muito útil:
Sabe voar, e sabe matar
Mas tem um defeito
- Sabe pensar
Homens,
Mas tem um defeito
- Precisa de um motorista
O vosso bombardeiro, general
É poderoso:
Voa mais depressa que a tempestade
E transporta mais carga que um elefante
Mas tem um defeito
- Precisa de um piloto.
O homem, meu general, é muito útil:
Sabe voar, e sabe matar
Mas tem um defeito
- Sabe pensar
Bertold Brecht
CONCLUSÃO
Max Horkheimer e Theodor Adorno, dois dos mais importantes teóricos da escola de Frankfurt, considerados os fundadores da teoria critica, como vimos em aula, viram surgir a impressionante máquina de propaganda que levou o nazismo ao poder e previram tempos muito difíceis para a humanidade.
Para eles, a “indústria cultural”, o rádio, o cinema, a fotografia, os jornais e revistas – certamente tudo que veio depois disso, como televisão e internet – não eram apenas “ produto” da diversificada produção capitalista.
A “indústria cultural” teria sido criada para preencher funções sociais especificas, ocupando o tempo e lazer dos indivíduos e impedindo a sociedade de refletir sobre a realidade em que vivia. Para alcançar esse objetivo, a “indústria cultural” criaria uma ilusão de felicidade no presente, mostrando que as coisas estariam em ordem e que não poderiam ser alteradas.
Por exemplo, ainda que essa ordem não existisse no presente, ela poderia ser feita no futuro. O filme O demolidor de 1999, mostra uma sociedade do futuro sem guerras, sem armas, em que as pessoas viveriam tranqüilas, calmas e as regras seriam fortes. Tanto que todas as pessoas teriam que respeitar seu sábio mestre.
A “indústria cultural”, segundo Adorno, tiraria a esperança de que o presente poderia ser melhor e levaria ao consumismo, fabricando necessidades de fomentando o arrivismo social.
No contexto da “indústria cultural”, a liberdade se resumiria a possibilidade de escolha entre vários produtos, é claro que o consumidor teria que ter renda para consumi-los. Isso nos lembra a evolução dos jogos eletrônicos, do Super-nintendo para o Play Station 1 e 2, ou mesmo filmes e livros.
A sociedade – enfatiza Adorno – estaria sendo reorientada pela “indústria cultural”, que não permite questionamento, e dita, incessantemente, modelos de comportamento.
Enfim, Adorno e Horkheimer atribuíram aos meios de comunicação de massa, um posicionamento ideológico, focado na dominação da mente dos cidadãos e consumidores. Isso é inegável, o objetivo de nosso trabalho foi mostrar como se deu a relação da mídia com a guerra.
Um exemplo seria o acontecimento no Brasil durante a segunda guerra mundial, o presidente Getúlio Vargas tinha uma posição estratégica, e não queria se posicionar contra a Alemanha. Mas foi graças às pressões da mídia, principalmente jornais locais, que Getúlio Vargas declarou guerra as potencias do Eixo.
Durante o ano de 1942, trinta e seis navios mercantes brasileiros foram torpedeados em águas nacionais e internacionais, provocando a morte de quase 1.000 pessoas. O primeiro ataque em águas territoriais brasileiras deu-se em 15 de agosto com o afundamento do Baependi, matando 269 tripulantes. O jornal O município relatou de forma dramática o atentado sofrido pelos navios Itagiba e Arará. Na imprensa Baiana as noticias sobre os ataques colaboraram para a denuncia da “barbárie” nazista, e para estimular o rancor contra os alemães e seus aliados.
É claro que para que tudo isso acontecesse, teria que haver uma ajuda americana, interessado na organização dos pescadores, o Adido Naval da embaixada norte americana, Brady Junior, revelava em carta aos observadores navais dos Estados Unidos no Brasil, a necessidade de reuniões periódicas com os litorâneos para deixá-los a par do arsenal marítimo inimigo.
Propagandas como a promovida contra a “5ª Coluna” – expressão referente a suposta espionagem a favor do eixo – reforçaram o clima de paranóia vivido pelos baianos. Sendo assim este acontecimento mais um exemplo notório de como a mídia influência em importantes decisões políticas.
Procuramos neste trabalho manter a maior imparcialidade possível, principalmente no que tange a participação dos Eua em guerras. Ao analisar os conteúdos disponíveis na internet percebemos que não existe um pleno controle das imagens e vídeos pelas as forças americanas, uma vez que inúmeras criticas e realidades sobre a guerra foram divulgadas por todo o mundo e relatadas em nosso trabalho.
Inúmeros outros vídeos e imagens podem ser analisados em outros trabalhos, a partir de outros meios de divulgação e não só o youtube como pretendemos. Seria interessante a análise de sites árabes assim como outros meios de divulgação dos mesmos. O que não foi possível de realizar aqui.
Entendemos que a mídia ao mesmo tempo em que é uma crucial ferramenta que possibilita o envolvimento de toda a nação em uma guerra, como utilizada pelo governo americano sob as inúmeras maneiras (filmes, jogos, TVs, internet...), também possibilita um viés mostrando a realidade e as controvérsias de sua ideologia libertadora (como fez a Fox e a CNN durante a primeira guerra do Golfo).
Portanto a utilização das telecomunicações garante a simultaneidade e a instantaneidade que conferem, aos agentes de gestão, um livre acesso ao jogo de interações espaciais. O jogo de poder pressupõe assim as relações institucionais e estratégicas.
BIBLIOGRAFIA
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MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo, Editora Abril Cultural, 1979 (Os pensadores)
MORGENTHAU, H.J., A política entre as nações: A luta pelo poder e pela paz. São Paulo, Editora Universidade de Brasília, 2003.
PHILLIPE, B. Sociologia da comunicação. São Paulo, Editora Loyola, 2002.
KELLNER, D. A cultura da mídia. São Paulo, Editora Edusc, 2001.
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