quinta-feira, 15 de abril de 2010

O Manifesto do Partido Comunista

O manifesto comunista buscas esclarecer as intenções dos comunistas, atacados pela ideologia liberal capitalista. Na primeira parte do Manifesto, Burgueses e Proletariados, é coloca a historia da humanidade focando na luta de classes, se antes existiam senhores feudais e servos, hoje existe, burgueses e proletariados. “A síntese da historia dos homens é a historia da luta de classes” O homem desta forma deve ser livre, e o comunismo busca acima de tudo a liberdade destes homens e o fim do capitalismo.

O manifesto veio com a tarefa de proclamar os trabalhadores de todo o mundo para a desaparição próxima e inevitável da propriedade privada. Tornar os trabalhadores conscientes de sua posição de classe para reivindicar o que lhes é de direito. Foi antes de tudo a obra de cunho comunista mais espalhada por todo o mundo, traduzida em diversas línguas ela atingiu os trabalhadores desde a Sibéria até a Califórnia.

Marx no manifesto comunista responde as acusações feitas pelos burgueses e os critica mostrando que a burguesia subordina tudo a si, engloba todo o globo e busca o lucro onde for capaz. As famílias são reduzidas as relações monetárias, colocou o egoísmo no lugar da honra e do entusiasmo cavaleiro, não existe mais a palavra, mas sim o contrato, o tudo no “preto e branco”.

Marx acreditava que o capitalismo estava inevitavelmente destinado a um fim, devido às crises cíclicas e a pobreza que aumentava cada vez mais, como uma bomba relógio prestes a explodir. Exemplo disso era as revoltas de operários que quebravam maquinas achando que teriam seus problemas resolvidos.

O movimento dos operários desta forma era um movimento de uma imensa maioria em proveito da imensa maioria, e não um movimento de uma minoria para si como a burguesia. Era desta forma uma luta nacional, queria acabar com a exploração que sustenta o sistema.


“Todos os movimentos históricos têm sido, até hoje, movimentos de minorias ou em proveito de minorias. O movimento proletário é o movimento espontâneo da imensa maioria em proveito da imensa maioria. O proletário, a camada inferior da sociedade atual, não pode erguer-se, por-se de pé, sem fazer saltar todos os estratos superpostos que constituem a sociedade oficial.”


Na segunda parte do Manifesto, Proletários e Comunistas, são colocadas as funções dos comunistas, como, por exemplo, guiar o proletariado para que eles tenham melhores condições de realizar a revolução. A abolição da propriedade privada é novamente focada, na verdade segundo lembra Marx, a propriedade já não existe para 9/10 da população, apenas 1/10 da população controlava toda a produção.


“Horrorizai-vos porque queremos abolir a propriedade privada. Mas em vossa sociedade a propriedade privada está abolida para nove décimos de seus membros. E é precisamente porque não existe para estes nove décimos que ela existe para vós. Acusai-nos, portanto, de querer abolir uma forma de propriedade que só pode existir com a condição de privar a imensa maioria da sociedade de toda propriedade.”


Acusados pelos capitalistas de querer retirar os bens da população, Marx diz que na verdade ele busca acabar é com a escravidão causada pelos próprios capitalistas. Em outro momento criticam os comunistas de quererem acabar com a pátria, mas Marx se defende dizendo que os trabalhadores não têm pátria, não tem quem lute por seus direitos e quem os defenda, ou seja, o “Estado é o comitê da burguesia”.


“Além disso, os comunistas são acusados de quererem abolir a pátria, a nacionalidade. Os operários não têm pátria.”


O que os comunistas propõem é a ruptura radical com as relações de propriedade, a conquista da real democracia, como foi dito, que os trabalhadores tenham direito aquilo que realmente lutaram para conquistar e não viver de migalhas e na miséria.


"O comunismo não retira a ninguém o poder de apropriar-se de sua parte dos produtos sociais, apenas suprime o poder de escravizar o trabalho de outrem por meio dessa apropriação."


No ultimo parágrafo do manifesto eles dizem os comunistas: “Os comunistas não se rebaixam a dissimular suas opiniões e seus fins. Proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à idéia de uma revolução comunista! Os proletários nada têm a perder a não ser suas algemas. Têm um mundo a ganhar. PROLETÁRIOS DE TODO O MUNDO, UNI-VOS!”


Segue alguns trechos do Manifesto do Partido Comunista (LINK PARA O TEXTO NA INTEGRA)


“Um fantasma ronda a Europa - o fantasma do comunismo. Todas as potências da velha Europa unem-se numa Santa Aliança para conjurá-lo: o papa e a czar, Metternich e Guizot, os radicais da França e os policiais da Alemanha. Que partido de oposição não foi acusado de comunista por seus adversários no poder? Que partido de oposição, por sua vez, não lançou a seus adversários de direita ou de esquerda a alcunha infamante de comunista? Duas conclusões decorrem desses fatos: 1ª) O comunismo já é reconhecido como força por todas as potências da Europa. 2ª) É tempo de os comunistas exporem, à face do mundo inteiro, seu modo de ver, seus fins e suas tendências, opondo um manifesto do próprio partido à lenda do espectro do comunismo.”


“Com este fim, reuniram-se, em Londres, comunistas de várias nacionalidades e redigiram o manifesto seguinte, que será publicado em inglês, francês, alemão, italiano, flamengo e dinamarquês.”


“Entretanto, a nossa época, a época da burguesia, caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos de classes. A sociedade divide-se cada vez mais em dois vastos campos opostos, em duas grandes classes diametralmente opostas: a burguesia e o proletariado.”


“República urbana independente, ali, terceiro estado, tributário da monarquia, depois, durante o período manufatureiro, contrapeso da nobreza na monarquia feudal ou absoluta, pedra angular das grandes monarquias, a burguesia, desde o estabelecimento da grande indústria e do mercado mundial, conquistou, finalmente, a soberania política exclusiva no Estado representativo moderno. O governo do estado moderno não é se não um comitê para gerir os negócios comuns de toda a classe burguesa.”


“Fez da dignidade pessoal um simples valor de troca; substituiu as numerosas liberdades, conquistadas com tanto esforço, pela única e implacável liberdade de comércio. Em uma palavra, em lugar da exploração velada por ilusões religiosas e políticas, a burguesia colocou uma exploração aberta, cínica, direta e brutal.


“A burguesia só pode existir com a condição de revolucionar incessantemente os instrumentos de produção, por conseguinte, as relações de produção e, com isso, todas as relações sociais. A conservação inalterada do antigo modo de produção constituía, pelo contrário, a primeira condição de existência de todas as classes industriais anteriores.”


“A burguesia, durante seu domínio de classe, apenas secular, criou forças produtivas mais numerosas e mais colossais que todas as gerações passadas em conjunto. A subjugação das forças da natureza, as máquinas, a aplicação da química à indústria e à agricultura, a navegação à vapor, as estradas de ferro, o telégrafo elétrico, a exploração de continentes inteiros, a canalização dos rios, populações inteiras brotando na terra como por encanto que século anterior teria suspeitado que semelhantes forças produtivas estivessem adormecidas no seio do trabalho social?”


“Assistimos hoje a um processo semelhante. As relações burguesas de produção e de troca, o regime burguês de propriedade, a sociedade burguesa moderna, que fez surgir gigantescos meios de produção e de troca, assemelha-se ao feiticeiro que já não pode controlar as forças internas que pôs em movimento com suas palavras mágicas. Há dezenas de anos, a história da indústria e do comércio não é senão a história da revolta das forças produtivas modernas contra as atuais relações de produção e de propriedade que condicionam a existência da burguesa e seu domínio. Basta mencionar as crises comerciais que, repetindo-se periodicamente, ameaçam cada vez mais a existência da sociedade burguesia. Cada crise destrói regularmente não só uma grande massa de produtos já fabricados, mas também uma grande parte das próprias forças produtivas já desenvolvidas. Uma epidemia, que em qualquer outra época teria parecido um paradoxo, desaba sobre .a sociedade - a epidemia da superprodução. Subitamente, a sociedade vê-se, reconduzida a um estado de barbaria momentânea, dir-se-ia que a fome ou uma guerra de extermínio cortaram-lhe todos os meios de subsistência; a indústria e o comércio parecem aniquilados. E por quê? Porque a sociedade possui demasiada civilização, demasiados meios de subsistência, demasiada indústria, demasiado comércio. As forças produtivas de quê dispõe não mais favorecem o desenvolvimento das relações de propriedade burguesa; pelo contrário, tornaram-se por demais poderosas para essas condições, que passam a entravá-las; e todas as vezes que as forças produtivas sociais se libertam desses entraves, precipitam na desordem a sociedade inteira e ameaçam a existência da propriedade burguesa. O sistema burguês tornou-se demasiado estreito para conter as riquezas criadas em seu seio. De que maneira consegue a burguesia vencer essas crises? De um lado, pela destruição violenta de grande quantidade de forças produtivas; de outro lado, pela conquista de novos mercados e pela exploração mais intensa dos antigos. A que leva isso? Ao preparo de crises mais extensas e mais destruidoras e à diminuição dos meios de evitá-las.”


“Quanto menos habilidade e força o trabalho exige, isto é, quanto mais a indústria moderna progride, tanto mais o trabalho dos homens é suplantado pelo das mulheres e crianças. As diferenças de idade e de sexo não tem mais importância social para a classe operária. Não há senão instrumentos de trabalho, cujo preço varia segundo a idade e o sexo.”


“Todos os movimentos históricos têm sido, até hoje, movimentos de minorias ou em proveito de minorias. O movimento proletário é o movimento espontâneo da imensa maioria em proveito da imensa maioria. O proletário, a camada inferior da sociedade atual, não pode erguer-se, por-se de pé, sem fazer saltar todos os estratos superpostos que constituem a sociedade oficial.”


“Passemos ao trabalho assalariado. O preço médio que se paga pelo trabalho assalariado é o mínimo de salário, isto é, a soma dos meios de subsistência necessária para que o operário viva como operário. Por conseguinte, o que o operário obtém com o seu trabalho é o estritamente necessário para mera conservação e reprodução de sua vida. Não queremos nenhum modo abolir essa apropriação pessoal dos produtos do trabalho, indispensável à manutenção e à reprodução da vida humana, pois essa apropriação não deixa nenhum lucro líquido que confira poder sobre o trabalho alheio. O que queremos é suprimir o caráter miserável desta apropriação que faz com que o operário só viva para aumentar o capital e só viva na medida em que o exigem os interesses da classe dominante. Na sociedade burguesa, o trabalho vivo é sempre um meio de aumentar o trabalho acumulado. Na sociedade comunista, o trabalho acumulado é sempre um meio de ampliar, enriquecer e melhora, cada vez mais a existência dos trabalhadores. Na sociedade burguesa, o passado domina o presente; na sociedade comunista, é o presente que domina o passado. Na sociedade burguesa, o capital é independente e pessoal, ao passo que o indivíduo que trabalha não tem nem independência nem personalidade.”


“Horrorizai-vos porque queremos abolir a propriedade privada. Mas em vossa sociedade a propriedade privada está abolida para nove décimos de seus membros. E é precisamente porque não existe para estes nove décimos que ela existe para vós. Acusai-nos, portanto, de querer abolir uma forma de propriedade que só pode existir com a condição de privar a imensa maioria da sociedade de toda propriedade.”


“O comunismo não retira a ninguém o poder de apropriar-se de sua parte dos produtos sociais, apenas suprime o poder de escravizar o trabalho de outrem por meio dessa apropriação.”


“Acusai-nos de querer abolir a exploração das crianças por seu próprios pais? Confessamos este crime. Dizeis também que destruímos os vínculos mais íntimos, substituindo a educação doméstica pela educação social.”


“E vossa educação não é também determinada pela sociedade, pelas condições sociais em que educais vossos filhos, pela intervenção direta ou indireta da sociedade, do meio de vossas escolas etc.? Os comunistas não inventaram essa intromissão da sociedade na educação, apenas mudam seu caráter e arrancam a educação da influência da classe dominante.”


“As declamações burguesas sobre a família e a educação, sobre os doces laços que unem a criança aos pais. tornam-se cada vez mais repugnantes à medida que a grande indústria destrói todos os laços familiares do proletário e transforma as crianças em simples objetos de comércio, em simples instrumentos de trabalho.”


“Nossos burgueses, não contentes em ter à sua disposição as mulheres e as filhas dos proletários, sem falar da prostituição oficial, têm singular prazer em cornearem-se uns aos outros.”


“Além disso, os comunistas são acusados de quererem abolir a pátria, a nacionalidade. Os operários não têm pátria.”


“Em todos estes movimentos, põem em primeiro lugar, como questão fundamental, a questão da propriedade, qualquer que seja a forma, mais ou menos desenvolvida, de que esta se revista. Finalmente, os comunistas trabalham pela união e entendimento dos partidos democráticos de todos os países.”


“Os comunistas não se rebaixam a dissimular suas opiniões e seus fins. Proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à idéia de uma revolução comunista! Os proletários nada têm a perder a não ser suas algemas. Têm um mundo a ganhar. PROLETÁRIOS DE TODO O MUNDO, UNI-VOS!”

Sociedade e trabalho


Em nossa sociedade, a produção de cada objeto envolve uma complexa rede de trabalho e de trabalhadores, inúmeras pessoas e especializações.
Para se produzir um simples pão, por exemplo, necessita-se apenas de trigo, água, sal e o fermento, mas para se obter cada um destes produtos são necessárias pessoas para plantar, colher e transportar o trigo, engenheiro que levem a água até o local de produção, pessoas para obter o sal, produzir o fermento e assim por diante, formando uma rede complexa de produção. Imagine por exemplo quantas pessoas estão envolvidas na produção de um caminhão que transporta o trigo, e outros tantos produtos.
Já nas sociedades tribais, todos fazem quase tudo, eles dedicam cerca de 4 à 5h de trabalho diário. Estes trabalhos geralmente estão associados a rituais e costumes de sua cultura, trabalham basicamente apenas o necessário para o seu sustento. Quem dita o ritimo de trabalho é a própria natureza.
É importante fazer uma observação interessante aqui, enquanto na sociedade capitalista o trabalhador dedica cerca de 8h de trabalhos diários, e no séc. XVIII cerca de 10 à 12h, as sociedades tribais (quando não há a interferência do homem, como degradações do ambiente e comercialização) vivem bem alimentadas e sadias, enquanto que na sociedade capitalista encontra-se trabalhadores miseráveis apesar de depositar tanto tempo ao trabalho.
Desta forma a idéia que temos de trabalho é diferente da idéia de trabalho destas sociedades tribais. A palavra Trabalho vem do latim tripallium, que significa instrumento de tortura, algo penoso. Desde tempos antigos até o feudalismo as pessoas se submetiam a trabalhos braçais e não obtinha recompensas significativas por ele, quando a recompensa não existia temos ai o trabalho escravo, muito comum em variadas sociedades ao longo da historia (Grécia, Roma, Egito, Europa, Colonização das Américas...).
Mas com o inicio do capitalismo começou a haver a necessidade de mudança do ponto de vista deste trabalho. Começou a ser necessário produzir cada vez mais produtos para vendê-los em regiões cada vez mais longes. Logo os artesões e pequenos produtores não agüentavam a concorrência das grandes manufaturas e das primeiras linhas de produção que estavam surgindo, se viram obrigados a trabalhar nestas manufaturas, para estes empresários. O trabalho por sua vez passou a ser visto não como algo penoso e torturante, mas como algo que glorificava o homem, que dava dignidade. Esta forma de pensar sobre o trabalho foi uma forma de incentivo para que os trabalhadores se sentissem honrados em se submeter aquele trabalho.
Para que houvesse essa mudança da ideologia algumas instituições contribuíram para isso, como dizia Karl Marx, “a ideologia de cada época, é a ideologia de sua classe dominante”. Vejamos então as Instituições responsáveis por esta mudança:

Igreja: Passavam a idéia que o trabalho era um bem divino, e quem não trabalhasse não seria abençoado. Ter preguiça era pecado. Ou seja, Deus ajuda quem cedo madruga!

Governantes: Criou leis e decretos que penalizou quem não trabalhasse. Os considerados vagabundos algumas vezes eram presos.

Empresários: Desenvolveu uma disciplina rígida no trabalho, como horário de entrada e saída.

Escolas: Começaram a passar a idéia, desde a formação das crianças que o trabalho era importante para a sociedade e era necessário se empenhar. Contos infantis como “A formiga e a cigarra”, os “três porquinhos” são exemplos.

Na verdade o que ocorria é que o trabalho dignificante continuava sendo penoso, e o trabalhador, como denunciava Marx, recebia apenas o suficiente para sua sobrevivência. As dificuldades encontradas pelo trabalhador que acabava de vir do campo ainda eram grandes, como dito anteriormente, a natureza era quem ditava o ritimo de trabalho, agora passou a ser o patrão com sua manufatura.

Fordismo e Taylorismo

Já no séc. XX, Henry Ford criou uma divisão de trabalho detalhada e encadeada, a conhecida linha de montagem, que possibilitava produzir muito mais em menos tempo, logo mais lucro para o empresário. Desta forma o trabalhador poderia ganhar um pouco mais, o suficiente para que pudesse comprar seu próprio carro, que também passou a ficar mais barato, uma vez que não consumia muito tempo na produção. Nasce desta forma uma era do consumismo, produção e consumo em larga escala.
O fordismo então se caracteriza pelo uso mais adequado das horas trabalhadas, a divisão e a especialização na linha de montagem.

O taylorismo por sua vez apresentava as mesmas características do fordismo, acrescentando que havia um sistema de recompensas e punições dos trabalhadores conforme o seu comportamento no interior das fábricas, estimulando-o desta forma a produzir mais. A divisão do trabalho era maior também, eles eram obrigados a fazer o que o gerente e administradores definiam, não mais atuando apenas em um ponto da produção.

Até os dias atuais, trabalhador é sinônimo de cidadão, aquele que atua na sociedade, ajudando a construí-la. Aqueles que não conseguem empregos são tachados como “inúteis sociais”, vagabundos, e muitas vezes são colocados como culpados desta condição. Na verdade muitas vezes a exigência de especializações cada vez maior pela sociedade acaba fazendo com que isso ocorra, excluindo aqueles que não tiveram oportunidade de acesso a educação. Logo muitos são vitimas do sistema, que acaba gerando diversas barreiras, e não culpados.

"A elevação do nível de escolaridade não significa necessariamente emprego no mesmo nível e boas condições de trabalho" 
O QUE JUSTIFICA ESTA AFIRMATIVA?

ANO --> VEICULOS --> Nº TRABALHADORES
1980 -- 1,5milhões -- 140 mil
2008 -- 3milhões -- 90 mil


TOMAZI, Nelson Tomazi. Sociologia para o Ensino Médio. São Paulo: Editora Atual, 2007.

 KARL MARX (1818-1883) -Vida e obra-

-Iniciou o curso de jurisprudência, mas caiu de inicio na boemia, escrevendo romances para sua amada e futura esposa de altos padrões sociais.
- Passou por muitas privações e miséria, dos seis filhos que teve três morreram.
- Começou a se aproximar da história e da filosofia.
- Marx começa a se preocupar com problemas políticos e sociais, como os trabalhadores que "roubavam" a lenha em locais que passaram a ser propriedade privada.
- O que para Marx parecia ser uma revolução política, passsaria a ser uma revolução social, modificando a estrutura da sociedade como um todo.


Ele sai do nível do discuros para entrar no nível do concreto. "Coube a filosofia a interpretação do mundo, cabe a nós mudá-lo".

"Em virtude do próprio desenvolvimento do Estado Moderno, surge uma classe , desprovida de todos os direitos e de todos os bens, por isso, de tal modo alienada que sua libertação só pode ser feita por meio da supressão dos laços opressores (REVOLUÇÃO) da sociedade como um todo, superando assim qualquer tipo de alienação."


Alternativa dos trabalhadores naquela época:

1-Ascenção: Não foi possível. (Rev Francesa entre outros.)

2-Fuga: Embriaguez / Prostituição / Suicídio / Religião / Criminalidade / Violência doméstica / Demência.

3-Rebelião: Ludismo / Cartismo / Associação trabalhista (futura luta de classe) / Sindicatos

Mídia como quarto poder e a influência da TV

Através dos tempos diversas formas de mídias foram se desenvolvendo. Nos tempos antigos, por exemplo, quem dominava o poder da fala (retórica) tinha mais chances de obter seus objetivos políticos ou financeiros através da manipulação e influência sobre as pessoas.


Como o tempo, novas formas de mídia foram sendo desenvolvidas (jornais, rádios, TV, internet), estes meios de comunicação passaram a atingir cada vez mais pessoas e áreas cada vez maiores do globo.


A população de modo geral acaba tendo cada vez menos tempo para si mesmo, com a rotina cada vez mais “apertada”, muitos possuem pouco tempo para poderem descansar. Ao chegar a casa, a primeira atitude é ligar a TV, logo o diálogo com a família passa a ficar comprometido, e não só este dialogo, como também a construção da própria opinião, da própria crítica aos fatos que ocorrem a sua volta.


A grande mídia, desta forma, passa a dar a crítica pronta aos seus telespectadores, da maneira que desejam os donos destes meios de comunicação. Mas não apenas seus telespectadores são influenciados pela mídia. Os poderes Legislativo, Executivo e o Judiciário também são pressionados por ela. Isto se dá de diversas maneiras: Por denúncias (como a de corrupção, de condições precárias em escolas ou hospitais, entre outros), quando dá foco a determinados acontecimentos como crimes bárbaros e passa a exigir da justiça a condenação dos responsáveis, ou alerta as autoridades para perigos que a população vem a passar (aumento do consumo de drogas, perigos como deslizamentos, entre outros). Ela, portanto, passa a influenciar nas decisões e rotina dos três poderes.


Evolução da mídia (Fora de ordem cronológica):


-Fala

-Escrita (Símbolos/ depois o alfabeto)

-Impressão Manual

-Impressão Mecânica

-Teatro

-Panfletos/ Folhetos

-Telegrafo

-Jornais

-Rádio

-Tv

-Internet


A Internet foi desenvolvida pela empresa ARPA (Advanced Research and Projects Agency) em 1969, com o objetivo de conectar os departamentos militares e de pesquisas, esta rede foi batizada com o nome de ARPANET.


Primeiramente utilizada por militares, posteriormente por cientistas, conectando universidade, e na década de 90 a sociedade passa a se beneficiar com a internet.

1990 – 80 países conectados


O que diferencia a internet dos outros meios de comunicação, principalmente a TV é o fato do telespectador não só receber as informações, mas poder respondê-las através de vídeos como no youtube, emails, blog, páginas privadas, entre outros.




Abaixo segue trechos do artigo de Rosa Maria Bueno Fischer, tratando a influência da TV na vida das pessoas. (Fonte: clique aqui)


Para Arendt, o terror dos regimes totalitários foi (e é) responsável por aniquilar a individualidade humana, a espontaneidade dos sujeitos individuais e dos grupos, enfim, a criativa ação humana, justamente por apostar no Grande Homem, numa espécie de coletivo que acaba por cingir a pluralidade, dissolvendo-a numa imensa massa informe, característica também desta sociedade, batizada de sociedade da informação ou sociedade do conhecimento – que Bauman (2001) chama de sociedade individualizada. Libertos dos obstáculos físicos, em virtude das novas tecnologias de informação e comunicação, muitos de nós – mas não todos nós – podemos nos apropriar de um mundo fantástico de imagens, dados, sons; temos um poder que não é deste mundo, como escreve Bauman, um poder desencarnado, que nos confere uma capacidade imensa de nos movermos e de atuarmos a distância. Ao mesmo tempo, muitos outros – e são seguramente muitos, quantitativamente, num país como o Brasil – acompanham literalmente a distância essa mesma possibilidade de liberdade de movimentos no reino do virtual, com uma perda que não podemos desconsiderar: as localidades às quais essa grande maioria se vê confinada, justamente pela força da outra realidade maior, do mundo on-line, são realidades que gradativamente perdem força e vitalidade, passam a carecer de importância.


Tudo indica que a TV aberta continua a ser, ainda hoje, a grande fonte de lazer e informação para a maioria da população. Ela certamente oferece uma janela para o mundo, uma possibilidade de acesso a informações imediatas sobre acontecimentos de diferentes pontos do planeta. Ao mesmo tempo, porém, esse meio de comunicação ensina algo que muitos depoimentos dos grupos de jovens confirmaram: vidas privadas e intimidades invadem o cenário público da mídia não exatamente para que haja uma interação com os espectadores, para introduzir uma nova discussão com relação aos modos de existência do público e do privado em nossa sociedade. Como assinala Bauman, no máximo o que se faz é fortalecer o privado em sua privacidade (ibid., p. 231). Programas televisivos sobre a intimidade das pessoas, sejam elas célebres ou não,

(...) são lições públicas sobre a vacuidade da vida pública e sobre o vazio das esperanças postas em tudo o que seja menos privado que os problemas e as soluções particulares. Os solitários indivíduos entram hoje numa ágora e não se encontram a não ser com outros que estão tão sós como eles mesmos. Voltam para casa tranqüilizados com sua solidão reforçada. (Bauman, 2001, p. 231; tradução minha e grifo do autor)


Aprendemos a falar das instituições públicas como cada vez mais impotentes: diminui significativamente o atrativo por temas que sejam de interesse comum; parece que reduzimos em nós a capacidade e a própria vontade de trazer os sofrimentos privados para o lugar da discussão de questões públicas: vamos internalizando um modo peculiar de olhar e tratar "a dor dos outros", como refere a pensadora Susan Sontag em recente livro (2003).


Para a TV brasileira, seja em suas peças sensacionalistas como Programa do Ratinho, Domingo Legal, Linha Direta,3 entre tantos outros, seja em suas telenovelas ou minisséries, seja ainda em seus materiais jornalísticos, como tão bem sintetiza a estudiosa Ivana Bentes:

(...) o que parece estar em questão é o imediatismo do espetáculo e no máximo a satisfação individual, mais que uma política do comum, ampla, constituinte e democratizante. A idéia de uma cidadania pela mídia – com prestação de serviços, informações de interesse coletivo, formação de "redes" de auxílio material, psicológico, emocional etc. – por enquanto é a face de um incipiente populismo de mercado, mas que guarda uma potência de transformação. (Bentes, 2003, p. 5)


É possível também observar, nos debates com jovens espectadores do programa Malhação, o quanto se cria um conjunto de estratégias de acolhimento desse público, formas de identificação, mesmo quando se trata de espectadores cujo perfil, a priori, não se enquadraria nos tipos humanos ali narrados. Meninas e meninos de classes populares afirmam identificar-se com os personagens de Malhação porque, como diz uma aluna, "eles também passam por dificuldades, que a maioria dos adultos acha que é besteira, mas que a gente passa também"; outra complementa, agora se referindo à novela Mulheres apaixonadas:5 a TV fala de drogas, fala de "duas pessoas que gostam do mesmo sexo".


Meninas e meninos de classes populares afirmam identificar-se com os personagens de Malhação porque, como diz uma aluna, "eles também passam por dificuldades, que a maioria dos adultos acha que é besteira, mas que a gente passa também"; outra complementa, agora se referindo à novela Mulheres apaixonadas:5 a TV fala de drogas, fala de "duas pessoas que gostam do mesmo sexo".


Ou seja, a TV mistura uma boa dose de não-verossimilhança (em Malhação, um dos episódios mostrou um personagem pedindo licença ao pai para ter sua primeira relação sexual) a aspectos amplamente passíveis de identificação, como os que se referem ao desejo de amar e ser amado, ao medo da traição, aos conflitos de gerações, ao grande segredo do sexo, entre outros. Ora, são esses elementos os que contam na elaboração das tramas novelescas, entrelaçados a valores, prescrições, opiniões, que certamente carregam a marca de opções políticas, ideológicas, econômicas, assumidas pelo roteirista, pelo diretor, pela emissora, numa certa época. Importa é que esses produtos tematizam de alguma forma a juventude brasileira, falam com ela, dirigem-se a ela, buscam-na avidamente na condição de público consumidor e posicionam-se como lugar de educação e formação das gerações mais novas.


Conscientemente ou não, teremos na TV, nas revistas de ampla divulgação, nos programas de rádio, um lugar de aprendizado a respeito de nós mesmos, da vida que levamos, um aprendizado de como vamos receber e ler, pessoas classificadas para nós como heróis ou vilões, cidadãos corretos ou como transgressores da ordem. Isso também ocorre com os personagens narrados no cinema, nos romances, nos livros de auto-ajuda, nos próprios materiais didáticos escolares. Interessa-nos indagar: como estamos aprendendo o sentido da vida pública em nossos tempos, por intermédio da mídia que consumimos? Bauman responde: estamos aprendendo que esta é, sobretudo, uma "sociedade dos indivíduos". Numa sociedade assim, o bem ou o mal que produzimos ou que sofremos parece que se deve exclusivamente a nós, a cada um de nós. É esse axioma que conduz as narrativas das vidas na TV.


Mas eles acabaram por confirmar a lógica maior: naquele ambiente de classe média, não usar um tênis de marca é na certa uma porta aberta para a exclusão, no mínimo para a crítica e o olhar diminuidor do outro. Um dos adolescentes brincou com a própria convicção de que, não atendendo às regras de consumo e de imagem, certamente se arriscaria a ouvir uma frase como esta: "Cara, esse teu tênis é de camelô...". Essa mesma turma de alunos viu-se cair seguidas vezes em contradições quanto a uma suposta abertura com relação ao outro que é diferente da norma, ou às próprias certezas sobre respeito às opções sexuais de quem quer que seja. No debate, listaram – em meio a risadas e ao apoio geral da turma quanto à "necessidade" de marcar esse diferente – vários colegas da escola, literalmente massacrados por seu modo "estranho" de vestir, de cortar ou pintar o cabelo, de caminhar etc. Incitados a falar sobre esses temas, a partir da exibição dos vídeos, meninos e meninas de 15 e 16 anos acabaram por manifestar-se parcialmente de acordo com a atitude da mãe de uma das personagens de Mulheres apaixonadas, que discriminava a relação homossexual da filha com a colega: "Bah, cara, já pensou? Meu filho chegar em casa e dizer pra mim que tá apaixonado por um cara? Não dá!".


Há que se distinguir as ações e os discursos que são mera conversa, simples meios para alcançar um fim, palavras e gestos mecânicos, previsíveis, daqueles atos e falas que se caracterizam propriamente como acontecimento, como matéria inesperada, sem resultados mensuráveis nem imediatos (Arendt, 2000, p. 197 e ss.).


Porém, essa mesma energia pode ser canalizada adequadamente, pode produzir obras maravilhosas, como alguns programas de TV que descobrimos em nossas buscas, filmes, obras de arte, poemas, como os próprios encontros que fazemos para estudar essa mesma produção; tal energia pode tornar-se a matéria a partir da qual criaremos modos e formas de vida dignas, diferentes possibilidades de ampliar e diversificar o capital cultural de crianças, adolescentes e jovens neste país.